Este fim de semana estive em Coxim, MS. Apeteceu-me ver Pantanal. Vi um bocadinho, não muito, mas vi. Mas não é sobre isso que quero escrever hoje. O que quero escrever é sobre um fenómeno brasileiro chamado "Tecnobrega" e que está a revolucionar, se não a musica, pelo menos a industria musical. Passo a explicar:
Aqui em Três Lagoas, passam à noite, carros da turma do som automotivo, pessoal que em cima das rodas e dos cavalos carrega ainda uns bons milhares de watts sonoros.
E passam a tarde e noite inteira, benzós Deus, a tocar a mesma música:
É a banda Djavù e o DJ Juninho Portugal e o Brasil anda louco com eles. E Coxim idem, por isso que me lembrei de escrever sobre isto.
Acontece que estes manos conseguiram um sucesso estrondoso e não têm sequer editora. Como fazem isso?
Distribuem as musicas gratuitamente na internet e fazem cerca de 220 espectáculos por ano em todo o Brasil. Quer dizer fariam, porque ainda não têm sequer um ano de existência.
Alem disso, quer isto também dizer que os dias de estrela do rockenrroll acabaram, agora a estrela é do tipo operário e trabalha todos os dias, não é so quando lhe apetece ou quando está com inspiração.
Mas o melhor é que este povo grava os proprios CDs e DVDs do espectáculo e à saida do show o público pode comprar o CD e DVD do show que acabou de assistir.
E portanto é um exemplo claro do "cut the middleman" e do produto directo do produtor para o consumidor.
Não vou falar da qualidade da música, que milhoes de pessoas não podem estar erradas (ou podem se admitirmos hipnotismo colectivo ou teoria da conspiração....) mas a verdade é que este novo modelo de negócio corta as editoras, permite os downloads gratuitos e repetidos e a banda ganha, ganha, ganha.
E quem inventa um modelo de negócio assim mereçe sucesso. Independentemente da qualidade.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
terça-feira, 13 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
As Luzes
Desafinado
Há uns tempos atrás disse que eramos todos magaiveres. Pela simples razão que o brasileiro não deixa que a gramatica impeça uma boa ideia, especialmente se dela depender a sua subsistência.
Mas não somos só magaiveres, também somos rodins, giacometis, miguelangelos, niemeyeres e loiderraites. No fundo nascemos todos com isto dentro de nós, este potencial de realização de concretização.
Lembrei-me disto porque não sei fazer nada (afinal sou consultor, não é preciso saber fazer para dizer aos outros como se faz). Não sei carpintaria nem marcenaria, não sou electricista nem mecânico, não sou serralheiro nem pintor, nem arquitecto, nem designer, nem engenheiro nem porra nenhuma: estudei artes e não sou artista.
Ou melhor, sou. Somos todos, a maior parte sem o saber.
“O gaijo é um artista...” é uma frase muito usada para aqueles que sem saberem nada conseguem atingir alguma coisa.
A loja ficou como imaginei. Fiz o desenho ao Silvio e ele concretizou. As estruturas metálicas para a exposição ficaram como imaginei.
As nossas mão não servem só para agarrar canetas, ratos de computador ou para teclar na internet. As nossas mãos são a ferramenta que temos usado para moldar o mundo. À medida da nossa vontade, do nosso desejo, do nosso desenho.
João Gilberto disse:
“Se voce disser que eu desafino, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
So previlegiados tem ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu”
Mas tambem podia ter dito:
“Se voce disser que eu não sei pintar, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
So previlegiados tem dom igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu”
Ou:
“Se voce disser que eu não sei fazer uma parede direita, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
So previlegiados tem um olho igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu”
Ou até:
“Se voce disser que eu não sei serrar, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
So previlegiados tem um braço igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu”
“Voce passou a musica/pintura/alvenaria/carpintaria e esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados/esborratadores/aprendizes de pedreiro e de marceneiro
No fundo do peito bate calado
No peito dos desafinados/esborratadores/aprendizes de pedreiro e de marceneiro
tambem bate um coracao”
Vivam os que fazem, mesmo sabendo (e às vezes nem sabendo) que não sabem o que deviam saber para fazerem o que fazem.
Mas não somos só magaiveres, também somos rodins, giacometis, miguelangelos, niemeyeres e loiderraites. No fundo nascemos todos com isto dentro de nós, este potencial de realização de concretização.
Lembrei-me disto porque não sei fazer nada (afinal sou consultor, não é preciso saber fazer para dizer aos outros como se faz). Não sei carpintaria nem marcenaria, não sou electricista nem mecânico, não sou serralheiro nem pintor, nem arquitecto, nem designer, nem engenheiro nem porra nenhuma: estudei artes e não sou artista.
Ou melhor, sou. Somos todos, a maior parte sem o saber.
“O gaijo é um artista...” é uma frase muito usada para aqueles que sem saberem nada conseguem atingir alguma coisa.
A loja ficou como imaginei. Fiz o desenho ao Silvio e ele concretizou. As estruturas metálicas para a exposição ficaram como imaginei.
As nossas mão não servem só para agarrar canetas, ratos de computador ou para teclar na internet. As nossas mãos são a ferramenta que temos usado para moldar o mundo. À medida da nossa vontade, do nosso desejo, do nosso desenho.
João Gilberto disse:
“Se voce disser que eu desafino, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
So previlegiados tem ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu”
Mas tambem podia ter dito:
“Se voce disser que eu não sei pintar, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
So previlegiados tem dom igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu”
Ou:
“Se voce disser que eu não sei fazer uma parede direita, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
So previlegiados tem um olho igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu”
Ou até:
“Se voce disser que eu não sei serrar, amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
So previlegiados tem um braço igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu”
“Voce passou a musica/pintura/alvenaria/carpintaria e esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados/esborratadores/aprendizes de pedreiro e de marceneiro
No fundo do peito bate calado
No peito dos desafinados/esborratadores/aprendizes de pedreiro e de marceneiro
tambem bate um coracao”
Vivam os que fazem, mesmo sabendo (e às vezes nem sabendo) que não sabem o que deviam saber para fazerem o que fazem.
domingo, 4 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
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