segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O filme ao contrário

Não nasci ontem. Já vi coisas estranhas. Mas a de hoje, confesso, nunca sequer me tinha ocorrido que fosse possivel.

Fomos ao banco tratar de alguns assuntos. A Sky demorou-se um bocadinho mais que eu e enquanto esperava cá em baixo por ela, parou à frente do banco um carro da polícia militar.

Sairam cá para fora quatro polícias, ou melhor, quatro policiais, de óculos escuros, armas em punho e dispuzeram-se taticamente (ou seria estrategicamente???) no passeio, protegendo a entrada do banco.

As pessoas que passavam foram, gentilmente (!) convidadas a passar para o outro lado da rua. E de dentro da agência, onde estava fresco, eu assistia de camarote....

Falavam uns para os outros, pelo microfone da lapela, tipo Mister Special Agent Sir, e eu tive a ideia de que a trilha sonora ganhava mais enfâse nos subsónicos....

De repente, a porta da bagageira do carro da polícia abre-se e outro policial tira uma homem algemado com quem entra para dentro da agência, levando-o para uma sala reservada, numa zona protegida por vidro anti-bala.

"Não pode ser" pensei eu "estou a ver o filme ao contrário....." Mas não. Foi mesmo assim que aconteceu, como eu contei.

Opá, não resisti. Saí da agência, dirigi-me para um dos policiais que estava cá fora e perguntei se podia falar com ele (sim sim, perguntei, que o respeitinho é muito bonito e eles gostam....)

Ele disse que sim, e eu expliquei que o que eu esperaria ser normal seria tirar um homem algemado de dentro do banco e não trazer um homem, algemado, PARA DENTRO do banco. Isso era coisa que nunca tinha visto nem em Portugal nem nos filmes...

Ele sorriu, tanto quanto um policial pode, de arma na mão, atrás de uns oculos escuros, tentando passar a imagem mais ameaçadora possivel. E respondeu:

"Nós somos a escolta de um preso que veio ao banco fazer um levantamento de dinheiro"

Assim. Sem mais nem menos. Juro que é verdade por estes dois que a terra há-de comer....

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ainda sobre as obras

Uma coisa interessantíssima que me apareceu hoje é que os donos dos terrenos podem fracionar e refracionar e voltar a juntar os lotes de terreno de que são donos. Chamam eles aqui de “Desmembramento” e “Remembramento”. Fez-me lembrar o que eu fazia aos meus Action Man, quando era miudo, que tirava os braços de uns para por nos outros... Adiante.

Portanto o Lote 4 pode ser dividido em 4A e 4B, o Lote 5 pode ser dividido em 5A e 5B e depois posso juntar as fracções ficando com o lote 4B5A. O que acontece a seguir é extremamente útil, mas é uma badalhoquice de primeira: os números das casas, aqui, não seguem uma sequencia de “número de polícia” como se chama em Portugal. Aqui os números das casas, continuam a ser pares de um lado e impares do outro mas a numeração tem a haver com a localização da casa relativamente ao início da rua. Uma casa que fique a 122 metros do inicio da rua tem o número 122 (do outro lado tanto pode ter 121 como 123 não faz grande diferença). Se Nós olharmos para o número da casa e virmos 122 e procurarmos o número 622, sabemos que é daquele lado, 500 metros mais à frente (ou mais atrás, conforme a direcção...).

O que é uma badalhoquiçe é o facto de a casa ter uma janela, e se eu decidir rasgar até ao chão e abrir uma porta para a rua, imediatamente e sem autorização de ninguem, criei o número 110 ou 114. Mas como não pode haver duas portas no mesmo metro de rua (sim não é como o cais 8 ¾ do Hogwharts Express) bate sempre tudo certo.

E evita, como aconteceu na casa de meus pais, que durante anos recebi correspondência de outro vizinho que na mesma avenida tinha o mesmo número de porta.

O que valia é que era tudo gente honesta: Eu não abria os envelopes castanhos das revistas pornográficas deles e eles não abriam os envelopes castanhos das minhas....

Andei encontrado na burocracia....

Hoje andei na perfeitura de Três Lagoas para me inteirar sobre as coisas necessárias para fazer as obras na nossa loja/casa.

Fui ao departamento de obras e perguntei. A resposta que me perguntaram foi muito simples: “Tem alteração estrutural?” “Ahhh, ummmmm, acho que não...” respondi eu pensando que não iamos mexer nem em vigas nem em paredes mestras. Mas expliquei “o que eu quero é tirar uma porta de garagem e por uma porta de loja...”

“É assim, meu patrício” (agoram lembraram-se de me chamar isso....)”vai ao Cartorio do Registo de Imoveis e pede a matrícula do terreno. Depois anexa a matrícula e solicita na prefeitura o Alvará de Obra sem Mudança de Estrutura. E já sabe se pode lá fazer comércio? Que comércio é?”

“Bom” respondi eu “nós somos consultores de eventos, organizamos festas e coisas do género” disse eu sem querer dar muitas deixas, afinal nunca sabemos com quem estamos a falar “é uma coisa assim como o movimento de um escritório contábil...”

“Bom, então aí o melhor é ir à outra prefeitura, no edifício novo, ao 4º andar, ao Comitê de Uso e Ocupação do Solo e perguntar pra eles....”

Agarrei no carro e fui ao Cartório. 10 minutos e R$ 22 mais tarde já tinha o papelinho na mão. A seguir fui à prefeitura nova falar lá com os homens do uso do solo. Entrei, narecepção perguntaram-me o que eu queria, eu disse, mandaram-me para o 4º andar, 2ª porta à esquerda, cheguei, bati à porta, entrei, estavam lá 3 mânfios, cumprimentei-os e expliquei “Bom, eu sou locatário de uma cobertura (entenda-se casa não térrea) na Filito Muller e mandaram-me aqui, do departamento de obras, para saber se eu podia transformar a minha garagem em espaço de comércio....”

Olharam para mim como se eu fosse de outro planeta. Confesso que não entendi se eles não tinham percebido a minha questão ou se não se queriam chegar à frente... E como ninguem se adiantou pra me ajudar eu selecionei um dos mânfios, mais velho de idade e com o mapa da cidade por detrás dele, cheguei-me a ele e repeti a questão.

Um encanto de pessoa. Falei, expliquei, mostrei o documento, mostrei no mapa e ele acabou por até me dizer como devia fazer a solicitação. Agradeci e voltei para casa que quem vai tratar desses papeis é o empreiteiro que eu escolher. Mando a máfia tratar com a máfia, se é que me entendem....

Cheguei a casa era 8:30 e ainda fui ao outro lado da rua tomar um café. Sim, leram bem, 8:30, aqui o pessoal (incluindo servidores públicos) começa a trabalhar às 7:30 e a essa hora já lá estão.
E lembrei-me muito do tempo que passei na Câmara Municipal de Lisboa, onde nos serviços ninguém estava antes das 10:30 e só chegava para ir tomar café, sendo que portanto o expediente só começava 15 minutos antes da hora de almoço.

É. Mando daqui saudades que daí não tenho nenhumas.....

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Não param de me espantar....

Tenho um amigo que, durante um dos meus almoços de preparação para esta emigração, me disse que “os brasileiros são extremamente calorosos, vêm para ti de braços abertos para te dar um abraço, mas os braços acabam por nunca fechar à tua volta...”

Cusiosamente foi o que eu achei dos ingleses quando fui para Inglaterra e foi o que a mãe dos meus filhos achou de Portugal quando para lá nos mudamos. Para mim é mais uma prova que somos todos iguais mas recusamos a reconhecer-nos nos outros que pre-conceituamos serem diferentes...

Vou contar-vos umas histórias que me aconteceram nos ultimos dias aqui em Três Lagoas:

1 – É obvio que a casa que alugámos não tem Internet: Tenho ainda que a ir contratar. Mas tenho necessidade de ver os meus emails, de fazer algumas pesquisas etc etc etc e confesso que tendo idade, não tenho paciência para ir para uma LanHouse (lê-se “Lã Rause”) para o meio de teenagers em picos hormonais, para ver o meu email, entre sexo virtual e jogos de ação. Fui a um hotel, expliquei a situação, e perguntei se poderia usar a Internet que providenciam para os hospedes. “Claro que sim, sempre que desejar”. Estive lá duas horas a trabalhar e pedi um capuccino só para dar algo em troca. Não que fosse necessário....

2- O pessoal aqui não é muito de “take-away”. Ou bem que se vai jantar fora, normalmente churrasco, ou se janta em casa. E almoço nem pensar. Ou se come um pastel de carne ou misto (que por sinal são absolutamente deliciosos, mais um refri (gerante) ou há pouco mais escolhas.
Existe uma opção muito mais interessante que se chama “Marmitex” (derivado de “marmita” muito provavelmente) e que são refeições baratas destinadas a um público operário, fundamentalmente. Pois hoje, arragaçei as mangas, cuspi nas mãos, arrotei e almoçei marmitex . Fui ao restaurante e pedi. Ela abriu a caixa térmica e tirou de lá duas caixinhas de estanho, já preenchidas e quentes. Comprei duas latinhas de cerveja e já ia a sair quando me lembrei que comer com as mão é um habito chinês que os portugueses só adotaram para a sardinha, o frango e o marisco, e como eu achei que o estanho com comida operária não tivesse um dos três, voltei atrás, expliquei a situação, e pedi se me emprestavam dois talheres. “Claro que sim, o que desejar”. Os talheres eram todos de metal, finos, e ainda me ofereceu guardanapos. Nâo que fosse obrigatório...

(Nota: Como diz o meu vizinho António “Pobrezinho mas muito digno”. Foi do que me lembrei quando abri o marmitex, mas uma coisa acreditem: naquele caso o menu poderia ter sido definido por um/a nutricionista: Uma posta de peixe frito, um pedaço de carne da costela assada, vegetais ao vapor, meia batata, arroz e feijão. E estava absolutamente delicioso. Quero acreditar que era da confeção da refeição, mas também é possivel que fosse como o meu avô Manel dizia: “A fome é a melhor mostarda”... Benzó Deus....)

3 – Ontem, para não dormir em cima de um colchão emprestado, cuja origem não sendo duvidosa não deixa de lado as questões higiénicas, fui ali a uma loja de decorações e comprei um lençol e umas fronhas para as almofadas que tinha comprado. Enquanto a Sky metia o nariz em outras compras desejaveis/necessárias, eu deambulei ali pela loja, olhando à esquerda e à direita como se fosse um turista em férias. Na zona dos sapatos de criança encontrei uma decoração temática do filme “Carros”, assim já meia abandonada, e pensei cá para comigo “Olha que isso dava um bom início para um tema de festa infantil...” E como nas histórias que o meu pai me contava (confesso que não me lembro bem da historia, mas que uma das frases mais marcantes era “e se bem o pensou melhor o fez”) eu pedi pra falar com o gerente, expliquei-lhe a situação e pedi para ele me ofereçer a decoração. Assim de chofre, sem mais nem menos, toma lá e vai apanhá-las... “Claro que sim, sem qualquer problema.” e ainda foi à caixa pedir um saco de plástico para meter a decoração que me tinha oferecido. Não que tivesse que o fazer...

Ainda pensei que eles tivessem ficado espantados com o facto de eu ter pedido. Talvez com o facto de ser português. Talvez tivessem ficados agarrados ao meu sotaque... Mas não. Tenho exemplos destes todos os dias. Talvez seja uma questão de entrega (minha a eles) e reciprocidade, talvez o povo do interior seja diferente, talvez seja mais facil criar empatia.

Confesso que não sei.

Mas que o abraço que me deram está apertado, isso vos garanto que está....

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Onde é que se vai dormir?

Alugámos uma casa com garagem e banheiro em baixo, dois quartos, sala, banheiro e cozinha em cima. A garagem vamos transformar em espaço comercial para a Dia de Sonho. Vamos morar em cima. Aluguel: R$600 por mês (mais imposto municipal de R$45 mensal)

A Sky desfez-se em limpezas ontem. Até os topos das portas ela limpou (ela sabe bem que esse é o meu teste pessoal de limpeza de uma casa). A D. Deda está a preparar a mudança das nossas coisas que devem chegar, se tudo correr bem, hoje à noite.

“E então se alugaram a casa ontem e a vossa mudança só chega hoje, onde é que vocês dormiram?" perguntariam vocêzes...

Perguntariam e perguntariam muito bem, porque é uma pergunta bastante pertinente. “Não”, reponder-vos-ei eu, “não dormimos no chão nem fomos outra vez dormir ao hotel.

Fomos, simplesmente, a uma casa que VENDE colchões e pedimos que eles nos EMPRESTASSEM um durante dois dias....

Custo: tivemos que comprar quatro almofadas, de 1ª classe, não é penas mas quase, ao módico preço de R$ 5 cada uma, uma fortuna.

Agora não vão dizer que não é preciso ter “cojones” pra ir a uma casa de colchões pedir que nos emprestassem um... Mas o que me impressionou mais é que eles emprestaram. E até vieram entregar cá casa....

Experimentem ir ao IKEA, à Moviflor ou à Conforama ver se têm sorte. Dormiam mas era no chão....

domingo, 16 de agosto de 2009

O Passeio Higiénico

Uma das coisas que estes brasileiros têm de muito agradavel, é que ao fim da tarde TODA a gente sai de casa para ir fazer o "Passeio Higiénico".

Chamo-lhe "Higiénico" porque descontrai do dia de trabalho, faz com que as pessoas se encontrem, cruzem e socializem. "Higiénico" uma vez que aqui é tão comum, tão necessário e tão frequente como o banho: faz-se de manhã, à tarde ou à noite conforme as preferências de cada um, podendo mesmo fazer-se varias vezes ao dia.... (Tem graça, há outras coisas que tambem são assim....) Bom, sem divergir!

Em Jateí era a ida ao Cristo e meia-volta volver.
Aqui a volta é a da 1ª Lagoa. Devo dizer que a 1ª Lagoa é aquela que está mais desenvolvida, em termos sociais. Tem espaço para futebol, para piquenique, para ginastica, para namorar, para pescar e tem um caminho pedonal a toda a sua volta (além de, à noite, ter uma Fonte Luminosa). Este caminho pedonal tem cerca de 2,5 Km e fi-lo eu, ontem, em 40 minutos de passeio, a olhar, a ver as coisas, as pessoas, a sentir a cidade.


Há os que gostam de ver televisão para relaxar. Há os que chegam a casa e tomam 2 whiskies. Há os que vão para o ginásio, malhar, malhar, malhar... para nós não.

Estes são os nossos 2,5 Km de Meditação Diária.

sábado, 15 de agosto de 2009

Paraiso Não Existe

Claro que os seguidores da telenovela homónima sabem desse facto. Mas não é desse que falo. è do outro, do que se diz oposto ao Inferno. Que também não existe. Mas não estou aqui pra discutir metafísica nem teologia.

Estou aqui para vos falar de Três Lagoas.

Conforme as prespectivas, não podiamos ter chegado em melhor/pior altura. Este é fim de semana de Motoshow. A cidade está infestada de motões. E vagas em hotel, nem vê-las... EU sabia que 3 Lagoas era sossegado e que não precisava de fazer marcações. Até já tinha planeado... iamos para o hotel Taj, coisa linda. Nem no Taj, nem no Raj, nem no raio que os parta ... Acabamos por dormir num Motel, menos mal, gostamos muito.... embora não tenha sido muito.... relaxante, descansado.... bom, sem pormenores.....

Hoje de manhã fomos tomar o pequeno almoço a uma padaria, que Motel não está lá pra servir pequenos almoços. E enquanto comíamos uma tosta mista e uma bola de berlim estavamos virados para a casa que virá a vir ser nossa.

Sobrado de três andares. Garagem em baixo (com wc) 2 quartos, wc, sala e cozinha no andar do meio, e um varandão em todo o tamanho da cobertura.

E o melhor: tinha uma placa de "ALUGA-SE" e o número da imobiliária. Telefonámos, fomos ver, ficamos a gostar muito. e ainda mais quando nos confirmaram que podiamos trocar a porta da garagem por uma montra de vidro. Para fazer o espaço comercial do "Dia de Sonho".

Passamos os resto do dia a ver casas mas nada que se aproxime nem à qualidade, nem ao preço, nem ao local.

É caso para dizer que o paraíso não existe. Vai-se fazendo... uma porta, uma janela, um sonho de cada vez....

O horizonte andava mais depressa que nós...

Quem desce a A9, em direcção ao Carregado, vê do outro lado do rio a planicie Ribatejana, confesso que é o pedaço de terra mais plano que eu conhecia. Até chegar ao Mato Grosso do Sul. O MS é uma Planície plenamente Plana. Excepto no fim da rectas...... Passo a explicar:

Ontem finalmente viemos para Três Lagoas. Um saltinho de 400 Km, coisa pouca aqui no Brasil. Direitinhos a Batguassu, 300Km a direito. E depois fiz um zague em vez de um zigue (devo dizer, contra os melhores concelhos da Sky). E em vez de fazer mais 120 Km até Três Lagoas, acabei por fazer um desviozinho de mais de 450 Km. Em vez de chegarmos depois da hora de almoço chegamos à hora do jantar.

Mas que lindo é o Brasil. Nem deu tempo pra parar e tirar fotos mas lindo ele é. A fotos ficam para o regresso. Mas as estradas, que coisa. De piso intermédio, nem bom nem mau, antes pelo contrário, direitas, direitas, direitas, direitas a perder de vista. Até ao horizonte.

Mas quando lá chegamos, ao horizonte, vemos que ele mudou-se lá pro fuuunnndo..... e até lá, mais uma retinha, coisa de 150Km...

Não sei se foi impressão minha, se foi distorção geográfica, "wormhole" ou coisa do género, mas o horizonte andava mais depressa que nós...

Sem qualquer metáfora intencional....

domingo, 9 de agosto de 2009

Três Fotos de Quatro Homens e Uma Vaca

Meia Vaca Pendurada

Cortando a carne para a linguiça

Fazendo Linguiça

PS: Relativamente ao post de ontem, optei por deixar ficar no original. É mais genuino, embora se calhar menos legivel. O conselho para aumentar a legibilidade é o consumo de tanta cerveja quanto a necessária para escrever daquele modo. Assim com assim, com mais cerveja ou menos, também só digo baboseiras....



sábado, 8 de agosto de 2009

Quatro Homens e um Vaca

Novamente hoje ajudei a consumir uma vaca. Não fui siumples, e muirta cevbeja +ar amatar a vacae.d e qualquer sdas manieoras quandio l+a cheiuguei, com 24x 66o Ml de verveja, um acaixa inteira.

Estavam os quartos pendurados e começasmos a pemdurar carne de primeira, de swegunda e carne para linguiça. Cortei, cortei, coetri at]e ficarr com calos nos ded0s. alem disso bebei cerveja como se fosse acabar amanha, uma grade inteira(24x( de 660 ml * nem sei quantos litros isso da....

o que ]e certo ]e que passei um dias dos melhores, se excluirmos a circunferencia estomacal, de tanbto sumo de cevada fermentada. Hoje n\ao consigo mostrar fotios que os dedos se me trocam, mas amanh\a, quando o e[irito estiver menos toldadado, vos vOs mostrar O QUE Um portuguES SOFRE *ou nao) nas m\aos dos brasileiros. ainda asssssssima voun conseguinbdo manter a nossa honra.

Um beijo pra toidos e h]a fots amanha....

agora vou dormir......

Batem leve, levemente

Batem leve, levemente
Como quem chama por mim
Será chuva? Será gente?
Gente não é,
Certamente
E a chuva não bate assim.


Fui ver quem era....


Era a transportadora, de São Paulo, com 30 colunas gregas de plástico.....

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Irá sempre faltar alguem.... v2

Todos nós sentimos saudades: Dos que não estão, dos que se foram, mesmo apenas daqueles que não dão notícias.

E todos nós aprendemos a bloquear essa saudade. Ontem foi um dia em que transbordou. Há dias assim.

Eu sei que estou onde quero, onde mereço, onde sou feliz. Partilho esse sentimento convosco, quase todos os dias, quando escrevo neste blog. Mas hoje quero dizê-lo peremptoriamente:

Amo o Brasil!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Irá sempre faltar alguem....


Hoje os meus filhos chegaram a Lisboa para passar férias com os avós. Telefonaram-me do Aeroporto a dizer que tinha chegado bem... E tive saudades deles, mais que nunca. São as férias de Verão e vou passar este Verão, este ano, sem os ver....

Mas na nossa vida irá sempre faltar alguem. Não interessa onde estamos há sempre alguem que falta. Se estamos aqui, falta-nos quem está ali, se estamos ali, temos saudades de quem está acolá, se formos para acolá, não temos quem está aqui.

Está é uma verdade constante, para todos, sem exceção. E como disse o Luis Represas "Só Deus tem quem mais gosta".

A saudade é boa porque significa que existem pessoas importantes para nós.

Mas doi. É o que nos torna reais. Os que estão presentes e os que vivem no nosso coração. Todos.
Tenho tantas saudades dos meus filhos.....

Um certo jeitinho de ser

Há uns tempos atrás um director meu, alemão, disse-me que uma coisa que estava mais ou menos institucionalizada na Alemanha era o facto de cada gestor alemão ter na parede uma caixa vermelha com tampa de vidro com os dizeres "Quebrar em caso de emergência"e um gestor português lá dentro. Se o gestor alemão ficasse encravado porque determinado problema fugia aos parâmetros esperados era só partir o vidro e o gestor português desenrrascava logo a coisa.

Há uns dias atrás, uma amiga mandou-me uma apresentação powerpoint(que está aqui) sobre o desenrrascanso brasileiro. Eu ri-me por causa da ingenuidade e pelos pontapés no português.
E depois pensei melhor.

Este é o "jeitinho de ser" dos brasileiros.... E perguntei-me "Que mal tem arranjar sempre uma solução, por pouco ortodoxa que seja, para os problemas do dia a dia. Chama-se aqui "gambiarra", esta forma de transformar adversidades em trunfos. É a capacidade de adaptação, a flexibilidade, a forma, na sua maioria saudavel, de transformar ambientes adversos, de encontrar respostas pragmáticas para problemas concretos.

O Brasil enfrentou a crise de uma forma muito mais dscontraída que a grande maioria dos outros países. Porquê? porque a crise tem sido uma constante na vida do Brasil, já estão habituados, e sempre se desenrrascaram com aquele jeitinho que não transmite outro sentimento que não otimismo. Mostra que é possivel realizar sonhos mesmo na adversidade, mostra que há uma cultura de soluções e não de culto aos problemas. Tudo isto revela um país fertil, onde bem ou mal, mais depressa ou devagar, as ideias vingam.

Assistimos recentemente à total subversão e derrocada do "American Dream" que levou todo o mundo ocidental a uma crise de absurdas porporções simplesmente porque "toda a gente dava palmadinhas nas costas de toda a gente e dizia quão bons cada um de nós era". Essa atitude até criou uma corrente literária em Portugal : "Aurea Mediocritas".

Temos que voltar ao mundo do concreto, do real e não dos "activos tóxicos". Temos que voltar para o mundo do pragmático e não para os "Investimentos à Maddox".

Quando eu digo temos, estou a falar de alguns, não de todos.

Benvidos ao "Jeitinho Brasileiro", ao "Brasilian Dream", onde os sonhos ainda vingam, ingénuos, sintaticamente errados, mas concretos, reais, pragmaticos e, na sua grande maioria, bem sucedidos, onde todos nós, cada um de nós é efectivamente um "Magaiver".

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

Dia de Sonho...

...também vai fazer festas infantis. No outro dia estive a fazer um pica-pau de isopor (até deu para mais uma discussão artística sobre se o pica-pau deveria ter dois ou três dedos nos pés....) As coisas estão a compor-se....




Sumo de Cevada Fermentada

Lembro-me de uma vez ter ido a casa da minha amiga Idalva, bahiana de gema, que estava a preparar uma das suas festas. E que no jardim da casa tinha duas grandes caixas de isopor (que tambem se chama esferovite) cheias de cervejas, superbock de um lado, sagres do outro, cobertas de gelo e que o comentário que ela me fez foi "que os brasileiros bebem muita cerveja" e por isso era bom ter um grande stock para não faltar durante a festa.

Eu pensei para mim "Sim sim, tu não sabes é o que os Ingleses bebem...". Eles até têm uma frase específica para essa quantidade "To drink your age in pints". Mas a verdade é que me surpreendeu a rapidez com que as caixas de isopor, prái de uns 100 litros, ficaram vazias....

Mas isso foi ANTES de vir para o Brasil.

Agora todos os dias vou ali ao boteco do "Zé do Taxi" buscar meia duzia de Antarticas, pra mim e prá Sky, Sumo de Cevada, lhe chamamos nós para não dar muito nas vistas (meia duzia de antarticas são 3,6 litros de cerveja, e confesso, para que nos absolvam, que não duram muito tempo. Mas estabeleci uma regra, Só vou ao Zé do Taxi uma vez por dia...)

Aliás no outro dia, quando fui lá ao Zé do Taxi tive uma conversa interessante com uns conhecidos que lá estavam e que meteream conversa comigo sobre "se em Portugal havia cerveja"... Piada de Portuga, não sei se entendem..... e lá fiquei um bocado na conversa com eles. Sem lhes querer dar qualquer lição de moral, expliquei-lhes que eles bebem a cerveja demasiado gelada (acreditem que se se agarram no bojo da garrafa, por causa do choque termico do calor da mão, a cerveja congela instantaneamente) e que por isso seja Antartica, Skol, Brahma, Cristal ou Conti elas sabem todas ao mesmo, pelo menos pra mim e que na minha opinião a cerveja não se devia beber tão fria....

Conclusão: agora sempre que vou ao Zé do Taxi comprar sumo de cevada fermentado, ele pergunta-me se as quero "Geladinhas" ou apenas "Frescas...."

O que me vale é que umas e outras saem sempre da mesma arca frigorífica....

2009 - Ano de Eleições em Portugal

O Brasil Faz-me Bem....

Não é só o Brasil, é um bocadinho de tudo.

É a Sky, é a D. Deda, é a Montana, é "o Dia de Sonho", é tudo uma série de coisas que me fazem bem. E ainda bem. Fazem-me sentir mais novo, ficar mais novo (não é que estivesse velho, porra). Mas olhem que até os cabelos brancos se me desapareceram. Não é que eu tivesse muitos, mas a minha experiencia de vida já me tinha atribuído alguns. E de repente desapareceram.


Quer dizer, não foi de repente, demorou cerca de 15 minutos, mais coisa menos coisa, mas a verdade é que agora alem de ser um homem novo, PAREÇO um homem novo.


Bendito Brasil, Bendita Sky, Benditos os produtos capilares da Schwarzkopf....

Sem contar com as paixões v.2

Recebi um comentário muito interessante a esta "posta" como diz o meu amigo António Paulo. Veio da Rosemary e incluo na integra pela beleza. Obrigado.


Oração ao Tempo (Caetano Veloso)

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

Deficiências Académicas

Confesso que quando estudei História de Portugal, na escola, sei lá, 10º ou 11º ano, nunca entendi porque é que o Pedro e o Miguel (aliás Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo de Bragança e Bourbon) decidiram partir prá porrada pra ver quem era rei de Portugal. E era Miguelistas de um lado e Liberais do outro e mais a batalha das Linhas de Torres eu sei lá o que mais. Passei à justa. Aliás, nem passei. Agora me recordo que a disciplina de História do 11º ano foi aquela que ficou para trás e que eu fiz enquanto fazia o 12º.

Bom vem isto a propósito de que agora que vim para o Brasil, uma das coisas que já fiz foi ler não uma, mas duas "Histórias do Brasil": Uma académica, maçuda, chata como só os historiadores académicos conseguem fazer (salva-se o José Hermano Saraiva), outra mais light, mais episódica, mais interessante.

E finalmente, colmatei a minha deficiência académica, que tinha a haver com o facto de o D. João VI ter regressado a Portugal, pós invasões francesas, ter deixado D. Pedro VI/I, como regente e mais tarde imperador do Brasil, e D. Miguel, o outro filho acabou rei de Portugal, mas não durante muito tempo, porque assim que os brasileiros tiveram oportunidade, declararam independencia e mandaram D, Pedro ir "chatear pra outra freguesia". O que ele, naturalmente como filho mais velho, fez.... e o resto como se costuma dizer é Historia. Académica, Chata.

A outra que eu li, disse até que uma vez que a Europa estava uma barafunda por causa de minorca com dispepsia, e que os Ingleses tinham, em nome da "Mais Velha Aliança da Europa" tomado conta de Portugal e da grande parte das provincias chamadas "Ultramarinas" até tinham sugerido a D.João VI que ficasse mas era com o Brasil, estabelecesse aqui o Reino, e que deixasse de veleidades a querer voltar para aquele micro-país (comprativamente, claro) chamado Portugal e que se assim o fizesse os Ingleses abstinham-se de nos fazer ainda mais judiarias em nome da "Mais Velha Aliança da Europa" o que não veio a acontecer, "Mapa cor de Rosa" etc etc etc.

Bom, existe ainda um pormenor de relevo para esta história, foi que D. João VI queria que D. Pedro regressasse com ele a Portugal e D. Pedro disse o famoso "FICO" que mais tarde o transformou o imperador.

Foi o que eu tive que fazer no outro dia, com a Sky, curiosamente. Ela queria ir sei lá onde, fazer sei lá bem o quê, coisas de mulher, naturalmente e eu tive que me impor "EU FICO!!!".

Afinal a cama estava tão quentinha......