Bom, mas o que eu vos quero falar é da fronteira entre o Brasil e o Paraguay.
Imaginem a Irlanda do Norte e a Irlanda do Sul, Chipre Grego e Chipre Turco, Coreia do Norte e Coreia do Sul. Imaginem Terra de Ninguém. Imaginem tanques de guerra e barreiras rodoviárias feitas de enormes blocos de cimento. Imaginem batalhões de guardas fronteiriços com câes Pastor Alemão do tamanho de Grand Danois vitaminados e com uma atitude de quem não é alimentado há mais de 3 semanas. Imaginem assim uma fronteira do tipo que um gaijo tem que levar uma algália já enfiada que é pra não mijar o carro todo. Imaginaram?
Pois não é nada disso.
A fronteira entre Ponta Porâ e Pablo Juan Caballero é uma avenida, cujo sentido ascendente (pra quem sobe) é Brasil e o sentido descendente (de quem desce) é Paraguay. E que a gente anda de uma lado para o outro, atravessando varias vezes a fronteira sem dar por isso, à medida que vamos de uma loja para outra. E se nos perdemos, se vamos distraídos, ficamos sem saber em que país estamos. Toda a gente fala brasileiro, uns com sotaque diferente de outros e confesso que eu só descobri uma maneira de perceber de que lado estamos: o preço das coisas. É que o Guarany, moeda paraguaya, não tem unidades, só se conta aos milhares.
Que interessante: só agora me dei conta que todos os paraguayos são milionários. Acho que prefiro ser classe média deste lado da avenida.


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