sábado, 4 de julho de 2009

Ainda sobre o Paraguay

Talvez se recordem que ontem fui ao Paraguay. Fui porque lá todas as coisas são bastante mais baratas que no Brasil, uma vez que este último impôe um imposto de importação substancial (entre 30 e 50% do valor da mercadoria). Fomos lá comprar umas coisitas sem importância, tivemos a sorte de não sermos parados por nenhuma operação da policia federal (é absolutamente IMPRESSIONANTE que a unica vez que fiz R$450 de contrabando não mandaram parar a minha Montana)...

Bom, mas o que eu vos quero falar é da fronteira entre o Brasil e o Paraguay.

Imaginem a Irlanda do Norte e a Irlanda do Sul, Chipre Grego e Chipre Turco, Coreia do Norte e Coreia do Sul. Imaginem Terra de Ninguém. Imaginem tanques de guerra e barreiras rodoviárias feitas de enormes blocos de cimento. Imaginem batalhões de guardas fronteiriços com câes Pastor Alemão do tamanho de Grand Danois vitaminados e com uma atitude de quem não é alimentado há mais de 3 semanas. Imaginem assim uma fronteira do tipo que um gaijo tem que levar uma algália já enfiada que é pra não mijar o carro todo. Imaginaram?

Pois não é nada disso.

A fronteira entre Ponta Porâ e Pablo Juan Caballero é uma avenida, cujo sentido ascendente (pra quem sobe) é Brasil e o sentido descendente (de quem desce) é Paraguay. E que a gente anda de uma lado para o outro, atravessando varias vezes a fronteira sem dar por isso, à medida que vamos de uma loja para outra. E se nos perdemos, se vamos distraídos, ficamos sem saber em que país estamos. Toda a gente fala brasileiro, uns com sotaque diferente de outros e confesso que eu só descobri uma maneira de perceber de que lado estamos: o preço das coisas. É que o Guarany, moeda paraguaya, não tem unidades, só se conta aos milhares.


Que interessante: só agora me dei conta que todos os paraguayos são milionários. Acho que prefiro ser classe média deste lado da avenida.

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