AF 447: podia ter sido comigo mas não foi. E não é por falta de andar de avião. Ele era todos os meses ida e volta a Angola, ele era todas as semanas ida e volta a Dublin ele era todas as semanas ida e volta a Lisboa, ele foi Madrid, Paris, Munique, Goa, Mumbai, Orlando, San Diego, Miami, São Paulo, eu sei lá. E de cada vez que a gente sobe aquela escada sabe que faz parte de uma de duas estatísticas: a dos que caem ou a dos que não caem. Podia ter sido comigo mas não foi. Não deixa de ser estatística e por isso não me afectou.
O que me afectou, e muito, foi o que o psicanalista Luiz Alberto Py disse sobre isso e que eu passo a transcrever:
"O que a gente não teve não perde. Quando uma tragédia assim acontece, o que se perde é o prosseguimento, o futuro. E o futuro é virtual, uma expectativa de algo que damos como certo, mas não é. Não se perde o passado.Isso pode parecer meramente racional, e é, porque a emoção não se traduz. Não se perde alguém que existiu. O que se perde é uma expectativa. Isso não é consolo, mas pode ajudar a retomar a vida. Pensar não no que perdi, mas no que tive o previlégio de viver. O passado precisa de ser uma referencia para a gente se nutrir. E não para a gente se lamentar. Há várias formas de conviver com a saudade".
Ao longo da nossa vida, perdemos coisas e pessoas que tinham dentro de nós a expectativa de existirem para sempre. E só sentimos se lhes temos apego, se as temos como nossas, se temos a certeza da sua permanência como se fossemos proprietários da sua existência. E de repente acontece algo que destroi essa expectativa e sofremos por causa do apego que lhes temos. E é nesta altura que eu sinto que o Budismo tem respostas, quando diz que o "apego é a fonte de todo o sofrimento, e que a libertação desses apegos é o que permite que atinjamos efectivamente o estado de Buddha".
Não é facil. Tenho saudades dos meus filhos, tenho saudades dos meus pais, tenho saudades dos meus avós, tenho saudades dos meus amigos. Porque em algum momento tive a expectativa que a sua presença seria garantida e eterna (tanto quanto a vida e a memória o permitissem). E no entanto circunstâncias, acontecimentos, escolhas, decisões, tudo aquilo que no fundo fazemos (ou nos é feito) a cada momento e que constitui a VIDA, leva ao facto de que temos que conviver diariamente com a perda. De uma forma consciente, assumida. E foi por isso que aquele comentário me tocou tanto: "Pensar não no que perdi, mas no que tive o previlégio de viver. O passado precisa de ser uma referencia para a gente se nutrir. E não para a gente se lamentar. Há várias formas de conviver com a saudade".
Viver a vida plenamente, parece-me a mim, que é a melhor forma de honrar a saudade que sempre iremos ter. Eu sempre disse à Sky "Anda, vamos, temos a vida à nossa espera e ela não se faz sem nós..." Mas só hoje, que li aquele comentario, é que percebi o que eu queria dizer com isso.
terça-feira, 30 de junho de 2009
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Não sou escravo da moda...
... acho que não é novidade para quem me conhece. Durante quase 30% da minha vida, eu usei duas cores, o branco da camisa contra o preto do fato, da meia e do sapato. O momento em que comprei uma camisa creme foi inebriante. Até pensei se deveria conduzir para casa ou se seria apanhado numa operação STOP e se o alcoolímetro iria acusar a camisa creme.

Havia alguma liberdade no que dizia respeito à gravata, e que essa sim, variava um bocadinho na cor e no padrão conforme o standard "geek" de cada época, desde Dilbert, até Diabos da Tâsmania, passando pelos personagens Disney, e até, pasme-se, ursinhos de peluche. Nem é bom lembrar....
Depois conheci a Sky.
E o meu guarda fato começou a mudar. Ele é pólo azul, verde, rosa, bicolor, tricolor, multicolor, é camisas aos quadradinhos, ele é ténis despojados, ele é calças justas, ele é perca de peso, ele é coisas que eu nunca pensei e mesmo depois de ter pensado, acreditem que ainda foi preciso muito poder de persuasão dela (os detalhes da persuasão estão um bocadinho fora do âmbito deste blog...)
Agora, nunca prescindi de usar o meu brinco.
Mesmo quando os senhores da minha empresa diziam que não gostavam muito, eu respodia "Sim, querida, claro...." naquele modo em que os homem não se deixam interromper quando estão a ler o jornal à mesa do pequeno almoço (eu sei que esta é uma imagem gratuita, fabricada por Hollywood, mas é só para terem uma ideia...)
Bom já vai blá blá blá demais para explicar a razão deste post: ontem, num dos stands da festa da fogueira, entre chápeus pirosos, chapéus, "streetwise", pechisbeque da china, entre correntes dourada, correntes prateadas, correntes finas, correntes grossas, "blings" para todos os gostos encontrei um par de brincos que fez as minhas delícias. Acreditem que até me senti culpado de os comprar para mim e não para a Sky (mas ela também tem um estilo muito próprio....)
E não quiz deixar de partilhar este brinco convosco:
É de aço, tem 12 mm de diametro exterior, é de aço polido na parte de trás e de aço despolido na parte da frente com um desenho de um escorpião. Lindo, lindo, lindo.

Desculpem-me esta vaidade... Acho que o Brasil começou a entrar finalmente dentro de mim, assim devagarinho como quem não quer a coisa e a tornar-me.... qual foi a palavra que usei no outro dia?..... exuberante.
32ª Festa da Fogueira (Rescaldo)
Dizer que foi um retumbante sucesso seria demasiada liberdade literária. Foi assim... fixe, girito, porreiro, sem BO (gíria teenager daqui, da telenovel júnior "Malhação" e que significa "Sem boletim de ocorrencia", sem nada de extraordinário a assinalar)....
Sexta Feira choveu durante o dia mas a noite esteve seca. O pessoal é que ficou com medo e não apareceu em massa, apenas alguns gatos pingados. Eu só fui ao Rodeio.
Sabado choveu durante a manhã. O pessoal já compareceu em massa, para o rodeio e para o bailarico. Eu só fui ao Rodeio.
Domingo, dia radioso, cheio de sol, com malta aos magotes, tal e qual praga de gafanhotos, com rodeio, queima da fogueira e bailarico. Eu só fui ao Rodeio. Ouvi a queima de fogos bem aconchegadinho na minha cama e do bailarico, nem dei por isso....
O que vale é que as manhãs foram divertidas. entre família, gestores bancários, criançada, churrasco etc, ainda se safou este fim de semana (e quem não veio, C., não perdeu grande coisa, acredita. Foi menos um peso de cima da minha consciência...)
E assim se passou o fim de semana, absolutamente "unremarkable". E só me dei ao trabalho de escrever este post para que depois não viessem reclamar que não tinha dito nada.....
As coisas a que um público fiel nos obriga....
PS: Ah, é verdade. O prefeito mandou pintar as madeiras com um produto que as torna incombustíveis. Daí que a fogueira, que antes demorava uma semana a arder, vai ser totalmente reciclada para o ano que vem. Acho que nem vão deitar abaixo..... Mas depois vos digo.
Sexta Feira choveu durante o dia mas a noite esteve seca. O pessoal é que ficou com medo e não apareceu em massa, apenas alguns gatos pingados. Eu só fui ao Rodeio.
Sabado choveu durante a manhã. O pessoal já compareceu em massa, para o rodeio e para o bailarico. Eu só fui ao Rodeio.
Domingo, dia radioso, cheio de sol, com malta aos magotes, tal e qual praga de gafanhotos, com rodeio, queima da fogueira e bailarico. Eu só fui ao Rodeio. Ouvi a queima de fogos bem aconchegadinho na minha cama e do bailarico, nem dei por isso....
O que vale é que as manhãs foram divertidas. entre família, gestores bancários, criançada, churrasco etc, ainda se safou este fim de semana (e quem não veio, C., não perdeu grande coisa, acredita. Foi menos um peso de cima da minha consciência...)
E assim se passou o fim de semana, absolutamente "unremarkable". E só me dei ao trabalho de escrever este post para que depois não viessem reclamar que não tinha dito nada.....
As coisas a que um público fiel nos obriga....
PS: Ah, é verdade. O prefeito mandou pintar as madeiras com um produto que as torna incombustíveis. Daí que a fogueira, que antes demorava uma semana a arder, vai ser totalmente reciclada para o ano que vem. Acho que nem vão deitar abaixo..... Mas depois vos digo.
sábado, 27 de junho de 2009
Flexpower
Tenho outra história para contar.
No Brasil só as carretas de carga e os onibus usam combustivel diesel. Carros e camionetes usam gasolina e alguns usam duplo combustivel, gasolina ou alcool.
Há uma diferença substancial no preço dos combustiveis ( e são muito variaveis conforme a região). Aqui, em Jateí, a gasolina custa R$2,90/litro e o alcool custa R$1,32 (para alem de ter uma fragrância alcoólica que faria inveja a qualquer cognac).
A Montana tem um depósito de 50 Litros e já experimentamos por gasolina e alcool. Em termos de resposta na aceleração não faz absolutamente qualquer diferença. Quem não saiba o que o tanque contém, não é capaz de dizer. Só tem um problema, é que o alcool, faz com que a ignição se torne mais dificil porque precisa de uma temperatura de motor um pouco mais elevada. Por isso, o carro tem efectivamente 2 depositos de combustivel. Um, somente para gasolina, com capacidade de 1 litro e que serve unicamente para arrancar o motor e depois o sistema muda automaticamente para o deposito principal e o motor passa a consumir unicamente alcool.
Já fizemos as contas e só temos usado alcool, porque para atestar o deposito (“completar” como se diz aqui) gasto R$145 para gasolina e R$76 para alcool. É bem certo que a gasolina tem maior rendimento em termos de Km percorridos: com gasolina fazemos 505 Km e com alcool fazemos apenas 350 Km. Ainda assim vale a pena pôr alcool.
A Sky é que não gosta nada dessa ideia.
Desde que começamos a por alcool na Montana, eu trago sempre, no porta-luvas, um copo de shot e antes do gasolineiro pousar a mangueira, eu peço para ele “completar” o copo como “Quebra Gelo”, “Mata-Bicho”, chamem-lhe o que quiserem. Isso é que tem estragado “o nosso rendimento”.......
No Brasil só as carretas de carga e os onibus usam combustivel diesel. Carros e camionetes usam gasolina e alguns usam duplo combustivel, gasolina ou alcool.
Há uma diferença substancial no preço dos combustiveis ( e são muito variaveis conforme a região). Aqui, em Jateí, a gasolina custa R$2,90/litro e o alcool custa R$1,32 (para alem de ter uma fragrância alcoólica que faria inveja a qualquer cognac).
A Montana tem um depósito de 50 Litros e já experimentamos por gasolina e alcool. Em termos de resposta na aceleração não faz absolutamente qualquer diferença. Quem não saiba o que o tanque contém, não é capaz de dizer. Só tem um problema, é que o alcool, faz com que a ignição se torne mais dificil porque precisa de uma temperatura de motor um pouco mais elevada. Por isso, o carro tem efectivamente 2 depositos de combustivel. Um, somente para gasolina, com capacidade de 1 litro e que serve unicamente para arrancar o motor e depois o sistema muda automaticamente para o deposito principal e o motor passa a consumir unicamente alcool.
Já fizemos as contas e só temos usado alcool, porque para atestar o deposito (“completar” como se diz aqui) gasto R$145 para gasolina e R$76 para alcool. É bem certo que a gasolina tem maior rendimento em termos de Km percorridos: com gasolina fazemos 505 Km e com alcool fazemos apenas 350 Km. Ainda assim vale a pena pôr alcool.
A Sky é que não gosta nada dessa ideia.
Desde que começamos a por alcool na Montana, eu trago sempre, no porta-luvas, um copo de shot e antes do gasolineiro pousar a mangueira, eu peço para ele “completar” o copo como “Quebra Gelo”, “Mata-Bicho”, chamem-lhe o que quiserem. Isso é que tem estragado “o nosso rendimento”.......

sexta-feira, 26 de junho de 2009
Wacko Jacko morreu!
Wacko Jacko morreu ontem, dizem que de ataque cardíaco. Não me parece quetenha sido só isso. Nasceu preto e morreu branco. Foi artista, rico, alegadamente pederasta e profundamente endividado. Mas realmente talentoso. Não se pode só falar de "Thriller" ou "Bad". Houve coisas muito antes e vale a pena relembrar.
Wacko Jacko morreu. Michael Jackson estará connosco enquanto nos lembrarmos dele e da sua obra.
Wacko Jacko morreu. Michael Jackson estará connosco enquanto nos lembrarmos dele e da sua obra.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
O Brasir é piquenu pra nus separá
Ah...! Dispois de tantu amô
di tantu beju gostozu
di tantu cheru cherozu, nóis briguemu.
Não...nóis briguemu e foi uma briga fatá
ela me disse: acabousse
e eu disse: isso memu acabousse tudo
i nóis dois fiquemu mudo sem vontade de falá.
Cada um feiz sua trouxa
I na hora da partida nem si oiêmu.
I xinguemu,
sim, nus xinguemu comu si podi xingá:
eu ti odeio, eu ti disprezo, baba de cururu!!
Mandinga de sapo secu.
Ocê vai pro norti eu vou pro sur.
Nunca mais queru ti vê,
nem nutiça eu queru tê.
Eu juru pro Deus do céu nunca mais quero ti vê.
mas nem pintado de caivão lá do fundo do quintá.
I si eu cuntigu a sonhá,
acordu i façu treiz cruiz.É cruiz, cruiz, cruiz...
U Brasir é muinto grandi dá bem pra nóis separá.
Ela inguliu um saluço e eu inguli bem uns quatro,
óh! Carquei o pé nu matu.
Passôsse tantu de tempu que nem é bão recordá.
Onti nóis dois se encontremu,
ninguém tentô disfarçá,
eu parti pra riba dela cum fogu acesu no oiá
e ela me deu um arrochu,
qui si eu foci um cabra froxu,
tava aqui em dois pedaçu.
I foi tantu beju gostozo,
tantu cheru cherozo,
intonce nóis se alembremu,
o Brasir é tão piquenu num dá pra nus separá...!!!
Poema de Rolando Boldrim gentilmente enviado por Rita Grillo
quarta-feira, 24 de junho de 2009
32ª Festa da Fogueira de Jateí
Vai ter lugar este fim de semana a 32ª Festa da Fogueira de Jateí. Os eventos mais esperados são a cavalgada no sábado que deve reunir mais de 5000 caveleiros (embora alguns montem bois...) e a queima da fogueira, que dá o nome à festa, no domingo. A festa conta ainda com um rodeio, parque de diversões e praça de alimentação, com comidas típicas da região.
Vim agora de visitar o Parque da Fogueira, onde esta festa vai decorrer e tirei uma foto à pira deste ano. Como não ficou grande coisa "gamei" uma da internet.....

Segundo uma fonte geralmente bem informadas mas que pediu para preservar a anonimidade é mais pequena dos ultimos anos, tendo apenas 30 metros de altura (contrariamente aos 60 metros habituais). Aliás, Jateí tinha até o ano passado a maior fogueira de todo o Brasil, certificado pelo RankBrasil, uma especie de Guinness World of Records do Brasil.
Tive oportunidade de trocar algumas palavras como o prefeito de Jateí, Arilson Targino que explicou que, a atração principal da festa é, naturalmente, a queima da fogueira, reverenciando S. Pedro, padroeiro da cidade. Esta queima deve ser assistida por um público superior a 50 mil pessoas. Ele conta que a montagem da fogueira requer um trabalho artesanal, realizado por uma equipe já tradicional na cidade. “Há anos esta equipe executa esta tarefa, que exige um projeto muito bem elaborado e desenvolvido por quem, de fato, trabalha mais com o coração do que com a força”, observa, esclarecendo que "a madeira utilizada é produzida pelo próprio município, através de reflorestamento".
Mas mesmo pequena, a fogueira deste ano conta com cerca de 800 troncos de árvore, de diversas espessuras, tendo uma espécie de escada no interior que permite que os construtores vão colocando, de forma apropriada, os troncos de madeira.
A escada interna tem também um outro propósito muito mais importante: permite que os pré-adolescentes de Jateí subam até ao topo da fogueira, acto que quase constitui um rito de passagem....
Convidaram-me a subir lá cima. Mas não fui. É assim um ritual de passagem que não preciso. Já é suficiente saber que tenho 45 anos: não preciso de um ritual de passagem para a 3ª idade....
Vim agora de visitar o Parque da Fogueira, onde esta festa vai decorrer e tirei uma foto à pira deste ano. Como não ficou grande coisa "gamei" uma da internet.....

Segundo uma fonte geralmente bem informadas mas que pediu para preservar a anonimidade é mais pequena dos ultimos anos, tendo apenas 30 metros de altura (contrariamente aos 60 metros habituais). Aliás, Jateí tinha até o ano passado a maior fogueira de todo o Brasil, certificado pelo RankBrasil, uma especie de Guinness World of Records do Brasil.
Tive oportunidade de trocar algumas palavras como o prefeito de Jateí, Arilson Targino que explicou que, a atração principal da festa é, naturalmente, a queima da fogueira, reverenciando S. Pedro, padroeiro da cidade. Esta queima deve ser assistida por um público superior a 50 mil pessoas. Ele conta que a montagem da fogueira requer um trabalho artesanal, realizado por uma equipe já tradicional na cidade. “Há anos esta equipe executa esta tarefa, que exige um projeto muito bem elaborado e desenvolvido por quem, de fato, trabalha mais com o coração do que com a força”, observa, esclarecendo que "a madeira utilizada é produzida pelo próprio município, através de reflorestamento".
Mas mesmo pequena, a fogueira deste ano conta com cerca de 800 troncos de árvore, de diversas espessuras, tendo uma espécie de escada no interior que permite que os construtores vão colocando, de forma apropriada, os troncos de madeira.
A escada interna tem também um outro propósito muito mais importante: permite que os pré-adolescentes de Jateí subam até ao topo da fogueira, acto que quase constitui um rito de passagem....
Convidaram-me a subir lá cima. Mas não fui. É assim um ritual de passagem que não preciso. Já é suficiente saber que tenho 45 anos: não preciso de um ritual de passagem para a 3ª idade....
O aniversário de Vô Zequinha (2)
Pois qual não é o meu espanto quando a D. Deda chega de Deudápolis, onde tinha ido visitar a tia Vava que tinha feito anos, com um embrulho do Vô Zequinha para mim e para a Sky. Bom... vou começar a história do princípio.
Lá para trás lembram-se de eu ter ido ao Aniversário de Vô Zequinha. Tinha arranjado uma foto antiga dele, quando jovem, no dia do seu casamento com D. Maria de Lourdes António, mãe de D. Deda, digitalizei, limpei, corrigi, etc etc etc (que isto do Photoshop faz milagres) e imprimi o retrato deles, pus numa moldura e foi a prenda de anos que eu e a Sky demos ao Vô Zequinha.

Pois que percebi que o Vô Zequinha ficou muito sensibilizado com a foto (que até comentou "ahhhhh, parece que estão vivos......") e decidiu, pela calada, retribuir a prenda.
Pois qual não é o meu espanto quando a D. Deda chega de Deudápolis com um embrulho do Vô Zequinha para mim e para a Sky. Coisa grande, pesada, hmmmmmm, mistério....
Desembrulhamos a prenda e vemos um frasco para guardar erva mate, que aqui se bebe com agua gelada numa bebida que se chama TERERÉ.

Mas reparem no detalhe, não é um frasco qualquer, comprado numa loja qualquer, por tuta e meia, não nada disso. É um frasco completamente feito à medida para representar eu (e mais os meus lindos olhos verdes) e a mais a minha "Nêga"...

Mas prontos, tonalidades à parte, adoramos o frasco, usamos para por mistura de capucinno e vai ficar lindíssimo na nossa cozinha. Quer dizer, irá ficar lindíssimo na nossa cozinha, QUANDO TIVERMOS UMA NOSSA que por enquanto vamos abusando da hospitalidade de D. Deda.
Aqui diz-se que visitas são como peixe, ao fim de 2 dias começam a cheirar mal....
Lá para trás lembram-se de eu ter ido ao Aniversário de Vô Zequinha. Tinha arranjado uma foto antiga dele, quando jovem, no dia do seu casamento com D. Maria de Lourdes António, mãe de D. Deda, digitalizei, limpei, corrigi, etc etc etc (que isto do Photoshop faz milagres) e imprimi o retrato deles, pus numa moldura e foi a prenda de anos que eu e a Sky demos ao Vô Zequinha.

Pois que percebi que o Vô Zequinha ficou muito sensibilizado com a foto (que até comentou "ahhhhh, parece que estão vivos......") e decidiu, pela calada, retribuir a prenda.
Pois qual não é o meu espanto quando a D. Deda chega de Deudápolis com um embrulho do Vô Zequinha para mim e para a Sky. Coisa grande, pesada, hmmmmmm, mistério....
Desembrulhamos a prenda e vemos um frasco para guardar erva mate, que aqui se bebe com agua gelada numa bebida que se chama TERERÉ.

Mas reparem no detalhe, não é um frasco qualquer, comprado numa loja qualquer, por tuta e meia, não nada disso. É um frasco completamente feito à medida para representar eu (e mais os meus lindos olhos verdes) e a mais a minha "Nêga"...

Mas prontos, tonalidades à parte, adoramos o frasco, usamos para por mistura de capucinno e vai ficar lindíssimo na nossa cozinha. Quer dizer, irá ficar lindíssimo na nossa cozinha, QUANDO TIVERMOS UMA NOSSA que por enquanto vamos abusando da hospitalidade de D. Deda.
Aqui diz-se que visitas são como peixe, ao fim de 2 dias começam a cheirar mal....
terça-feira, 23 de junho de 2009
Maria dos Anzois
Confesso que não me lembro que idade teria, se 5 ou 6 ou 7 anos, mas foi por volta dessa idade e há memórias que permanecem independentemente do tempo que já passou. Mas prontos, digamos que esta é uma memória que tenho há mais ou menos 40 anos. É assim:
Todos os dias a Vó Maria tomava conta de mim. Quando chegava da escola (escola primaria nº19, ali na Boa-Hora) dava-me almoço ("Queres arroz ou batata frita?" qualquer coisa servia desde que fosse o oposto do que o meu irmão queria), aguentava as minhas diabruras de criança.
Um dia encontrei a cana de pescar do meu pai e lembrei-me de ir à pesca. Claro que não podia sair de casa e por isso lembrei-me de espetar o anzol (!) na boca de um cão azul de borracha (ou teria sido no pinto amarelo???) que eu tinha. E andava todo contente pela casa fora com o cão (ou o pinto) pendurado. Claro que a coisa não podia ser simples e a páginas tantas o cão (ou o pinto) prendeu em qualquer lado, eu imaginei um espadarte a dar luta, puxei, puxei, puxei e o anzol veio disparado e espetou-se-me no pé. Nem doeu, fiquei a olhar para aquilo a tentar perceber o que tinha acontecido até que chamo a minha avó, que me levou para um posto de enfermagem, onde cortaram o anzol, me fizeram o curativo, e deram à minha avô o epíteto pelo qual ela iria ser conhecida pelo resto da vida: a Maria dos Anzois.
Bom, digamos que a avó Maria (dos Anzois) de uma forma simples mas muito marcante ajudou-me a ser o que sou hoje.
Era a Maria dos Anzois que fechava os olhos e me arranjava umas moedinhas sempre que queria fumar e ia ali ao Café do Azevedo comprar um maço de "Três Vintes".... Mas isso foi mais tarde, bastante mais tarde....
Bom voltando ao início, devia eu ter aí uns 5 ou 6 ou 7 anos prometi à minha avó que quando eu casasse lhe compraria "um vestido peroloso" para ela ir ao meu casamento. Um vestido peroloso era para mim o supra-sumo, era um vestido cheio de pérolas, brilhante, resplandecente (Que no fundo traduzia o quanto eu gostava dela e o quan to eu queria que ela se sentisse orgulhosa no meu casamento).
Mas as vidas não são o que a gente quer, são o que elas são e a minha avó acabou por falecer antes que eu me casasse. Por isso nunca tive a oportunidade de lhe oferecer o tal "Vestido Peroloso"...
Vem tudo isto a propósito do facto de que a Sky está agora a fazer, em biscuit, bonecos de noivos para colocar em bolos de casamento e hoje ela me mostrou um modelo (que ainda esta a ser acabado) mas que imediatamente me lembrou do "Vestido Peroloso"

E pronto, Vó Maria, aí tens o teu vestido. Há promessas que não se esqueçem.... e foi a tua nora que to fez.
Todos os dias a Vó Maria tomava conta de mim. Quando chegava da escola (escola primaria nº19, ali na Boa-Hora) dava-me almoço ("Queres arroz ou batata frita?" qualquer coisa servia desde que fosse o oposto do que o meu irmão queria), aguentava as minhas diabruras de criança.
Um dia encontrei a cana de pescar do meu pai e lembrei-me de ir à pesca. Claro que não podia sair de casa e por isso lembrei-me de espetar o anzol (!) na boca de um cão azul de borracha (ou teria sido no pinto amarelo???) que eu tinha. E andava todo contente pela casa fora com o cão (ou o pinto) pendurado. Claro que a coisa não podia ser simples e a páginas tantas o cão (ou o pinto) prendeu em qualquer lado, eu imaginei um espadarte a dar luta, puxei, puxei, puxei e o anzol veio disparado e espetou-se-me no pé. Nem doeu, fiquei a olhar para aquilo a tentar perceber o que tinha acontecido até que chamo a minha avó, que me levou para um posto de enfermagem, onde cortaram o anzol, me fizeram o curativo, e deram à minha avô o epíteto pelo qual ela iria ser conhecida pelo resto da vida: a Maria dos Anzois.
Bom, digamos que a avó Maria (dos Anzois) de uma forma simples mas muito marcante ajudou-me a ser o que sou hoje.
Era a Maria dos Anzois que fechava os olhos e me arranjava umas moedinhas sempre que queria fumar e ia ali ao Café do Azevedo comprar um maço de "Três Vintes".... Mas isso foi mais tarde, bastante mais tarde....

Bom voltando ao início, devia eu ter aí uns 5 ou 6 ou 7 anos prometi à minha avó que quando eu casasse lhe compraria "um vestido peroloso" para ela ir ao meu casamento. Um vestido peroloso era para mim o supra-sumo, era um vestido cheio de pérolas, brilhante, resplandecente (Que no fundo traduzia o quanto eu gostava dela e o quan to eu queria que ela se sentisse orgulhosa no meu casamento).
Mas as vidas não são o que a gente quer, são o que elas são e a minha avó acabou por falecer antes que eu me casasse. Por isso nunca tive a oportunidade de lhe oferecer o tal "Vestido Peroloso"...
Vem tudo isto a propósito do facto de que a Sky está agora a fazer, em biscuit, bonecos de noivos para colocar em bolos de casamento e hoje ela me mostrou um modelo (que ainda esta a ser acabado) mas que imediatamente me lembrou do "Vestido Peroloso"

E pronto, Vó Maria, aí tens o teu vestido. Há promessas que não se esqueçem.... e foi a tua nora que to fez.
The Radical Kids
Ontem estava na conversa no MSN com o meus filho, o Joey, estava a contar-lhe dos Beijaflor e disse para ele ir ver no blog as fotos que lá tinha posto. Ele foi, disse-me que gostou muito e depois disse-me que também está na Internet, no YouTube e que até tem um canal: The Radical Kids
Viva a tecnologia!!!
Viva a tecnologia!!!
Carlos Drummond de Andrade

Hoje recebi no meu email um poema deste autor brasileiro, grande representante da 2ª Geração do Modernismo tendo uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX. Foi um forte criador de imagens, sua obra tematiza a vida e os acontecimentos do mundo a partir dos problemas pessoais, em versos que ora focalizam o indivíduo, a terra natal, a família e os amigos, ora os embates sociais, o questionamento da existência, e a própria poesia.
Agora que já têm ideia de quem foi o homem, aqui vai o poema que me tocou: chama-se Desejos.
Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crónica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Musica de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
domingo, 21 de junho de 2009
Fim de Semana na Fazenda
Era ainda de manhazinha e arrancámos pra fazenda do meu cunhado, o Tomás (lembram-se concerteza, aquele cuja mulher, no dia do meu casamento... etc etc et).

Chegamos lá e passámos um dia absolutamente relax. Comemos Rabada (e acreditem, para quem nunca experimentou, que o rabo do boi é muito saboroso e a carne muito suave) com arroz e mandioca e eu até tive direito a BATATAS FRITAS. Ai, ai, ai, as saudades que eu tinha de BATATAS FRITAS, às rodelas, sequinhas, estaladiças, BATATINHAS FRITAS ai BATATINHAS FRITAS que não ficam nada a dever à Vó Telinda.
Não vos conto das cervejas que se beberam, (eu, o Tomás e a Sky) que isso não interessa absolutamente nada, nem sequer é surpreendente (Lembro-me de o ano passado a Idalva ter comentado na quantidade de cerveja que os brasileiros consumiam. Ela é bahiana, tem desculpa, nem faz ideia do que se passa no Mato Grosso do Sul... :) Mas adiante...)
Depois descobrimos que numa outra fazenda ali à frente havia uns peões a treinarem para a festa de Jatéi, que vai acontecer no fim de semana que vem. E lá fomos nós, ver os verdadeiros cowboys em espírito de rodeio, a sentarem em boi bravo e andarem poa ali aos saltos e aos tombos como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Confesso que tive vontade de experimentar. Tinha lá um boizinho, pequenino e raquitico e eu pensei "ah, esse é mesmo para mim..." mas descobri que sou (ainda) demasiado urbano. Falta-me assim..., como hei-de dizer.... TEMPO, isso, tempo para me dedicar a estes desportos. Talvez pró ano. Ou talvez pró outro. Sem pressas....

E aquilo eram bois pequeninos, nada a haver com os bois de quase 500Kg que fazem os circuitos de rodeio aqui no Brasil (A Rita é que vos poderia contar mais sobre isso, porque ela passou muitos anos a tratar com rodeios. Se ela fizer algum comentário a este post eu publico... Vá lá, Ritinha, diz de tua justiça....)
Mas basicamente foi um domingo bastante relax. Eu e o Tomás subimos em cima do trator e apanhámos dois baldes cheios de Pocã (Pocan????) bem não interessa, é assim como uma tangerina com tamanho de laranja e é só sumo sumo sumo. São deliciosas e lá na fazenda estão a ser comidas pelos papagaios de tantas que há.

Não estranhem de eu desaparecer nos proximos dias: Provavelmente vou apanhar uma vitaminose.....

Chegamos lá e passámos um dia absolutamente relax. Comemos Rabada (e acreditem, para quem nunca experimentou, que o rabo do boi é muito saboroso e a carne muito suave) com arroz e mandioca e eu até tive direito a BATATAS FRITAS. Ai, ai, ai, as saudades que eu tinha de BATATAS FRITAS, às rodelas, sequinhas, estaladiças, BATATINHAS FRITAS ai BATATINHAS FRITAS que não ficam nada a dever à Vó Telinda.
Não vos conto das cervejas que se beberam, (eu, o Tomás e a Sky) que isso não interessa absolutamente nada, nem sequer é surpreendente (Lembro-me de o ano passado a Idalva ter comentado na quantidade de cerveja que os brasileiros consumiam. Ela é bahiana, tem desculpa, nem faz ideia do que se passa no Mato Grosso do Sul... :) Mas adiante...)
Depois descobrimos que numa outra fazenda ali à frente havia uns peões a treinarem para a festa de Jatéi, que vai acontecer no fim de semana que vem. E lá fomos nós, ver os verdadeiros cowboys em espírito de rodeio, a sentarem em boi bravo e andarem poa ali aos saltos e aos tombos como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Confesso que tive vontade de experimentar. Tinha lá um boizinho, pequenino e raquitico e eu pensei "ah, esse é mesmo para mim..." mas descobri que sou (ainda) demasiado urbano. Falta-me assim..., como hei-de dizer.... TEMPO, isso, tempo para me dedicar a estes desportos. Talvez pró ano. Ou talvez pró outro. Sem pressas....

E aquilo eram bois pequeninos, nada a haver com os bois de quase 500Kg que fazem os circuitos de rodeio aqui no Brasil (A Rita é que vos poderia contar mais sobre isso, porque ela passou muitos anos a tratar com rodeios. Se ela fizer algum comentário a este post eu publico... Vá lá, Ritinha, diz de tua justiça....)
Mas basicamente foi um domingo bastante relax. Eu e o Tomás subimos em cima do trator e apanhámos dois baldes cheios de Pocã (Pocan????) bem não interessa, é assim como uma tangerina com tamanho de laranja e é só sumo sumo sumo. São deliciosas e lá na fazenda estão a ser comidas pelos papagaios de tantas que há.

Não estranhem de eu desaparecer nos proximos dias: Provavelmente vou apanhar uma vitaminose.....
Chegaram os Beijaflor...
Nos primeiros dias depois de ter colocado o bebedouro de água para os BeijaFlor não aconteceu nada. Foi uma desilusão. Não é que eu esperasse que eles aparecessem instantaneamente, mas.....
E no outro dia lá estavam. Primeiro chegou o Manel, provou, provou, provou e desapareceu. "Não se preocupe" disse D. Deda "foi chamar os amigos...."

E se melhor dito, melhor feito. Neste momento já são 5 beijaflor. E não se limitam a beber aquilo que a gente lhes dá. Logo de manhã começam a chatear para a gente encher o bebedouro.

Claro que não é simples. Primeiro passa-se o bebedouro por agua a ferver para esterilizar e só depois é que enchemos de agua com açucar (a àgua que usamos é àgua de chuva e por isso sem cloro nem outras porcarias). Mas o que é impressionante é que eles já nem esperam que a gente pendure o bebedouro. ainda vamos com ele na mão e eles já começam a beber.
São uns pássaros que não têm medo. Por um lado ninguem lhes faz mal porque trazem sorte, por outro lado são tão rápidos que antes de a gente pensar em fazer o que quer que seja ja eles desapareceram....

De manhã, enquanto se toma o pequeno almoço é uma delicia vê-los a tomar pequeno almoço connosco.
E no outro dia lá estavam. Primeiro chegou o Manel, provou, provou, provou e desapareceu. "Não se preocupe" disse D. Deda "foi chamar os amigos...."

E se melhor dito, melhor feito. Neste momento já são 5 beijaflor. E não se limitam a beber aquilo que a gente lhes dá. Logo de manhã começam a chatear para a gente encher o bebedouro.

Claro que não é simples. Primeiro passa-se o bebedouro por agua a ferver para esterilizar e só depois é que enchemos de agua com açucar (a àgua que usamos é àgua de chuva e por isso sem cloro nem outras porcarias). Mas o que é impressionante é que eles já nem esperam que a gente pendure o bebedouro. ainda vamos com ele na mão e eles já começam a beber.
São uns pássaros que não têm medo. Por um lado ninguem lhes faz mal porque trazem sorte, por outro lado são tão rápidos que antes de a gente pensar em fazer o que quer que seja ja eles desapareceram....

De manhã, enquanto se toma o pequeno almoço é uma delicia vê-los a tomar pequeno almoço connosco.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
É uma grande seca...
Sou Noveleiro Assumido (2)

Ontem, um dos malandros da novela, daqueles jeitosos que se vão desenrrascando em todas as situações, saiu-se com uma deixa interessante dirigida a uma morena bem gostosa: “Você não é Avé Maria mas é cheia de graça...”
Eu ri-me, D. Deda disse “Essa já é velha...” e a Sky gritou lá de dentro “Não vai aprendendo essas coisas, não....”
Mas fiquei a pensar: Claro que é o papel dos homens mandar piropos às mulheres, é quase uma obrigação. Uma obrigação????? Isto é um papel ou um estereótipo? De que forma os comportamentos são socialmente definidos? Ou melhor, em que percentagem são os comportamentos socialmente definidos? E recordei-me de uma conversa que tinha tido com D.Deda sobre a influencia comportamental da estrutura demográfica brasileira. Ou trocando por miúdos: Quais as consequências sociais do facto de no Brasil haver muito mais mulheres que homens? (Noutro dia falo sobre a razão desta diferença numérica, hoje não me apetece....)
Se tomarmos em conta que Darwin disse que o que sobrevivência é ditada pela adaptabilidade (e não pela força, como se costuma dizer) a verdade é que a mulher brasileira tem mostrado que se sabe adaptar ao ecosistema social em que se insere. O seu comportamento é, em grande medida, definido, como qualquer outra entidade biológica, pela reprodução da espécie. Neste contexto, isto quer dizer que, ao contrário de outras espécies, não são os machos a lutar pelas fêmeas mas sim exactamente o contrário (obviamente não devemos generalizar, mas esta é uma atitude bastante comum....)
Esta atitude é totalmente contrária à moralidade católica/europeia/tradicional e que por isso condiciona a percepção e consequentemente o preconceito. Especialmente em Portugal, que possui uma cultura que conheço, este preconceito traduz-se por uma aversão absoluta das mulheres (às brasileiras) e uma apetência crescente dos homens (escondida, para não afrontar as respectivas....)
Nos meses que antecederam a minha vinda para o Brasil, tive várias conversas com pessoas que tinham já cá vivido, jovens e homens maduros, proprietários e empresários, uns mais bem sucedidos que outros. E todos, sem excepção, falaram das características sexualmente exuberantes da generalidade da mulher brasileira.
E se pensarmos que a sociedade ocidental é profundamente sexualizada, ao mesmo tempo promíscua e puritana, parecem-me hipócritas as criticas contra estas características comportamentais, que são tão relevantes como determinadas cores, sons e danças noutros animais.
Aliás, e a julgar pela Carmen Miranda, não somos de modo algum diferentes. Apenas estamos mais habituados a julgar os outros. Acho que essa é efectivamente a característica que nos distingue dos demais animais.
Sou Noveleiro Assumido (1)
Ontem fomos a Nova Andradina. Fica só a 140 Km e por isso fomos passear. E iamos a conversar sobre a novela da noite da Globo , “O caminho das Índias”.
Para além de uma novela interessante, que se passa em lugares tão distintos como Rio de Janeiro, S. Paulo, Dubai e Nova Delhi, foca um aspecto interessante e que iamos a discutir ontem: os diversos graus da falta de lucidez. A grande discussão era sobre se determinados comportamentos eram sinal de disturbios psicológicos.
Esta novela apresenta 4 personagens cujas linhas de acção permitem à autora, Gloria Perez, aumentar a percepção pública para os problemas do foro psicológico.
1 – Tarso Cadore

Tarso Cadore representa o papel de um jovem que cada vez mais profundamente cai nas malhas da esquizofrenia, ouvindo vozes, apresentando comportamentos obsessivos e por vezes violentos. É totalmente alienado da família, rica e poderosa, e possui uma mãe completamente fútil que se recusa a reconhecer a necessidade de apoio psicológico que ele necessita.
2 – Dr Castanho
Psiquiatra renomado, sabe falar a linguagem de seus pacientes e, às vezes, até surpreende com suas tiradas, que mais parecem vir de um deles. Excêntrico, é cheio de manias, capaz de se recusar a entrar em seu escritório porque tiraram o tapete da porta.
3 - Ademir
É um dos pacientes do Dr. Castanho. Através dele, será possível perceber as dificuldades de uma pessoa pobre em conseguir seguir o tratamento adequado. É um jovem sensível e despachado, mas, quando esquece de tomar os remédios, causa grandes problemas para a mãe.
4 - Yvone
È uma mulher jovem bela e sedutora, mas um verdadeiro lobo em pele de cordeiro, uma psicopata. Parece generosa, mas passa por cima de todos para atingir seus objetivos, sem deixar rastros na devastação que causa.
Os problemas do foro psicológico são de grande destaque no momento, uma vez que o sistema de saude brasileiro, através da lei federal 10.216, aprovada em 2001, não proíbe a internação de pacientes em hospitais psiquiátricos, mas estimulou a redução de leitos. O poeta Ferreira Gullar levantou recentemente essa questão na Revista Época.
A abordagem a este problema tomou um caracter de urgência, uma vez que uma grande fatia da população possui uma postura de total negação de sindroma que na sua grande maioria não possui traços físicos visiveis, tornando dificil por um lado a sua identificação e caracterização precisas (e subsequente tratamento) e por outro lado a (re)integração social do paciente.
Para além de uma novela interessante, que se passa em lugares tão distintos como Rio de Janeiro, S. Paulo, Dubai e Nova Delhi, foca um aspecto interessante e que iamos a discutir ontem: os diversos graus da falta de lucidez. A grande discussão era sobre se determinados comportamentos eram sinal de disturbios psicológicos.
Esta novela apresenta 4 personagens cujas linhas de acção permitem à autora, Gloria Perez, aumentar a percepção pública para os problemas do foro psicológico.
1 – Tarso Cadore

Tarso Cadore representa o papel de um jovem que cada vez mais profundamente cai nas malhas da esquizofrenia, ouvindo vozes, apresentando comportamentos obsessivos e por vezes violentos. É totalmente alienado da família, rica e poderosa, e possui uma mãe completamente fútil que se recusa a reconhecer a necessidade de apoio psicológico que ele necessita.
2 – Dr Castanho
Psiquiatra renomado, sabe falar a linguagem de seus pacientes e, às vezes, até surpreende com suas tiradas, que mais parecem vir de um deles. Excêntrico, é cheio de manias, capaz de se recusar a entrar em seu escritório porque tiraram o tapete da porta.
3 - Ademir
É um dos pacientes do Dr. Castanho. Através dele, será possível perceber as dificuldades de uma pessoa pobre em conseguir seguir o tratamento adequado. É um jovem sensível e despachado, mas, quando esquece de tomar os remédios, causa grandes problemas para a mãe.
4 - Yvone
È uma mulher jovem bela e sedutora, mas um verdadeiro lobo em pele de cordeiro, uma psicopata. Parece generosa, mas passa por cima de todos para atingir seus objetivos, sem deixar rastros na devastação que causa.
Os problemas do foro psicológico são de grande destaque no momento, uma vez que o sistema de saude brasileiro, através da lei federal 10.216, aprovada em 2001, não proíbe a internação de pacientes em hospitais psiquiátricos, mas estimulou a redução de leitos. O poeta Ferreira Gullar levantou recentemente essa questão na Revista Época.
A abordagem a este problema tomou um caracter de urgência, uma vez que uma grande fatia da população possui uma postura de total negação de sindroma que na sua grande maioria não possui traços físicos visiveis, tornando dificil por um lado a sua identificação e caracterização precisas (e subsequente tratamento) e por outro lado a (re)integração social do paciente.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Detesto dentistas....
Quer dizer, alguns há que do ponto de vista estritamente pessoal me estão no coração, mas do ponto de vista profissional, fujo deles como diabo da cruz. Quer dizer, fugia. Agora não. Vou contar:
D Deda arranjou-me uma dentista de crianças (sim UMA DENTISTA embora para calar as más linguas vos digo que nunca lhe vi o rosto, sempre tapado por máscara. Mas muito simpática...) para me tratar um cantinho do dente que se tinha partido.
Qundo chegou a minha vez, tremia que nem varas verdes e mal me sentei na cadeira disse-lhe "Dra, tenho pavor de dentistas. Se me tratar como uma criança de 5 anos, eu finjo que tenho 45 e me comporto. Se me tratar como se eu tivesse 45 anos, eu finjo que tenho 5 e fujo daqui em dois minutos..." Foi uma risada, pelo sim pelo não D. Deda até me agarrou na mão e correu tudo bem.
Já lá fui outra vez, tratar outra carie e ja tive a coragem de ir sozinho.
Bom, esta foi a primeira parte da história. Agora vem a segunda parte.
Aqui no Brasil é Outono. O tempo ora está bom, ora médio, ora terrível. Ontem então foi uma coisa do fim do mundo. Trovoada como se caissem montanhas, relampâgos como se Deus fosse papparazzi e cada chapadão de chuva que fazia medo.
E foi isso que aconteceu. Eu tinha ido para o quarto, já estava deitado, e chega a Sky e diz "Olha, D.Deda está com medo da tempestade. Ou vamos dormir prá casa ou ela vem dormir connosco". Assim, sem mais nem menos. Toma lá e desenrrasca-te.
Não, não, na minha cama só eu e a minha mulher. Não há espaço pra mais ninguem.
Vesti os calções e pus uma T-Shirt, agarrei nas almofadas e no meu cobertor e fugi, debaixo de chuva, para dentro da casa.
Quando lá cheguei, D. Deda estava com cara de envergonhada, bendita sogra. E eu disse-lhe:
"D. Deda, se me agarrou na mão quando fui ao dentista, eu agarro-lhe a mão quando troveja. E se não contar o meu segredo a ninguem, eu não conto o seu...."
Claro que a internet não conta... :)
D Deda arranjou-me uma dentista de crianças (sim UMA DENTISTA embora para calar as más linguas vos digo que nunca lhe vi o rosto, sempre tapado por máscara. Mas muito simpática...) para me tratar um cantinho do dente que se tinha partido.
Qundo chegou a minha vez, tremia que nem varas verdes e mal me sentei na cadeira disse-lhe "Dra, tenho pavor de dentistas. Se me tratar como uma criança de 5 anos, eu finjo que tenho 45 e me comporto. Se me tratar como se eu tivesse 45 anos, eu finjo que tenho 5 e fujo daqui em dois minutos..." Foi uma risada, pelo sim pelo não D. Deda até me agarrou na mão e correu tudo bem.
Já lá fui outra vez, tratar outra carie e ja tive a coragem de ir sozinho.
Bom, esta foi a primeira parte da história. Agora vem a segunda parte.
Aqui no Brasil é Outono. O tempo ora está bom, ora médio, ora terrível. Ontem então foi uma coisa do fim do mundo. Trovoada como se caissem montanhas, relampâgos como se Deus fosse papparazzi e cada chapadão de chuva que fazia medo.
E foi isso que aconteceu. Eu tinha ido para o quarto, já estava deitado, e chega a Sky e diz "Olha, D.Deda está com medo da tempestade. Ou vamos dormir prá casa ou ela vem dormir connosco". Assim, sem mais nem menos. Toma lá e desenrrasca-te.
Não, não, na minha cama só eu e a minha mulher. Não há espaço pra mais ninguem.
Vesti os calções e pus uma T-Shirt, agarrei nas almofadas e no meu cobertor e fugi, debaixo de chuva, para dentro da casa.
Quando lá cheguei, D. Deda estava com cara de envergonhada, bendita sogra. E eu disse-lhe:
"D. Deda, se me agarrou na mão quando fui ao dentista, eu agarro-lhe a mão quando troveja. E se não contar o meu segredo a ninguem, eu não conto o seu...."
Claro que a internet não conta... :)
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas
É, parece que ontem foi dia disso. Confesso que me passou despercebido, só hoje de manhã quando me levantei e vi a data é que percebi. E depois fiquei a pensar: Quando estava em Portugal era fixe, que sempre era um feriado, dia de São Não Se Fazer Nenhum. E depois pensei: Mas o que é que se comemora? A nossa existência? A nossa independência? A nossa Lusitanidade? O facto de pertencermos à Europa? Pertencermos ao G95?
O que é que nós somos, efectivamente? Com o que é que nós nos identificamos? será que existe uma identidade, um espírito comum, que seja passivel de comemoração?
Não estou a falar de nacionalismos, que esses são ainda mais perigosos porque se baseiam sempre na demagogia.
Durante muitos anos fizemos do "Orgulhosamente Sós" o lema nacional. Depois veio a democracia. E agora parece-me que estamos na época do "Miseravelmente Cada Um Por Si"
Hoje levantei-me assim. Mas façam-me um favor: dia 10 de Junho comemora-se efectivamente o quê?
O que é que nós somos, efectivamente? Com o que é que nós nos identificamos? será que existe uma identidade, um espírito comum, que seja passivel de comemoração?
Não estou a falar de nacionalismos, que esses são ainda mais perigosos porque se baseiam sempre na demagogia.
Durante muitos anos fizemos do "Orgulhosamente Sós" o lema nacional. Depois veio a democracia. E agora parece-me que estamos na época do "Miseravelmente Cada Um Por Si"
Hoje levantei-me assim. Mas façam-me um favor: dia 10 de Junho comemora-se efectivamente o quê?
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Concurso - Resultados Finais
Tal como se esperava o juri do concurso (EU!!!!) só recebeu duas respostas, ambas correctas e ambas de naturais do Brasil. Pelos vistos os Portugueses nem tinham nem ideia.
A resposta certa é COLORAU, sendo que adicionalmente a Rita informou que a árvore não tem esse nome mas sim "Urucum", acrescentando que "muito usado na culinaria e em cosméticos e principalmente pelos indios, (...) no quintal da minha casa tem um pé e qdo era jovem,(aborrecente * ) colocava as sementes em óleo de bebé para tomar sol, como bronzeador, mas manchava a mão e o biquini, uma desgraça..."

Obrigado pelas participações.
* - Aqui não se chamam os jovens entre os 12 e os 17 de adolescentes mas sim de "aborrecentes", tal como mencionado na resposta da Rita.
A resposta certa é COLORAU, sendo que adicionalmente a Rita informou que a árvore não tem esse nome mas sim "Urucum", acrescentando que "muito usado na culinaria e em cosméticos e principalmente pelos indios, (...) no quintal da minha casa tem um pé e qdo era jovem,(aborrecente * ) colocava as sementes em óleo de bebé para tomar sol, como bronzeador, mas manchava a mão e o biquini, uma desgraça..."

Obrigado pelas participações.
* - Aqui não se chamam os jovens entre os 12 e os 17 de adolescentes mas sim de "aborrecentes", tal como mencionado na resposta da Rita.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Ainda os Colibri

Recebi 2 comentários, um anônimo e um da Rita, sobre os colibri, e sobre a facilidade que existe em prejudicar estas pequenas criaturinhas se não houver um cuidado regular com a àgua açucarada das flores.
A Rita, inclusivé, teve o cuidado de enviar um LINK que poderão visitar se tiverem mais interesse sobre o assunto.
Agradeço sinceramente os vossos comentários. Obrigado
Concurso - Primeiros Resultados
Brasil e Argentina
Brasil e Argentina são dois países vizinhos. Que não morrem de amores um pelo outro. Tal como Portugal e Espanha, Espanha e França, França e Alemanha, Alemanha e Russia.
É sempre assim, do outro lado, "nem bom vento nem bom casamento....."
Bom, há uns tempos atrás ia haver uma grande partida de futebol entre as seleções do Brasil e da Argentina (estes jogos tomam genericamente a denominação da "Batalha dos Sul-Americanos"). Nos dias que precederam o jogo a tensão aumentava e a Federação de Futebol Argentina publicou nos jornais brasileiros o seguinte anúncio:

Os brasileiros ficaram furiosos. Não seriam só eles; muito poucos gostariam de ser apanhados.... assim, como hei-de dizer... por detrás....
A tensão aumentava. O dia do Grande Jogo se aproximava. Foi jogado e a Argentina perdeu por uma grande margem. Não foi só a Argentina que perdeu, foi mais o Brasil que ganhou. E imediatamente a Federação de Futebol Brasileira fez publicar, em Buenos Aires, o seguinte anúncio:

"He who laughs last laughs longest" ou, noutra versão, "A vingança é um prato que se come frio...."
É sempre assim, do outro lado, "nem bom vento nem bom casamento....."
Bom, há uns tempos atrás ia haver uma grande partida de futebol entre as seleções do Brasil e da Argentina (estes jogos tomam genericamente a denominação da "Batalha dos Sul-Americanos"). Nos dias que precederam o jogo a tensão aumentava e a Federação de Futebol Argentina publicou nos jornais brasileiros o seguinte anúncio:

Os brasileiros ficaram furiosos. Não seriam só eles; muito poucos gostariam de ser apanhados.... assim, como hei-de dizer... por detrás....
A tensão aumentava. O dia do Grande Jogo se aproximava. Foi jogado e a Argentina perdeu por uma grande margem. Não foi só a Argentina que perdeu, foi mais o Brasil que ganhou. E imediatamente a Federação de Futebol Brasileira fez publicar, em Buenos Aires, o seguinte anúncio:

"He who laughs last laughs longest" ou, noutra versão, "A vingança é um prato que se come frio...."
Concurso
Thomás Henrique, neto de D. Deda, tem 8 anos. Como qualquer criança da sua idade só pensa em futebol, montar cavalo e ajudar o pai na fazenda.
Hoje, quando chegou da escola para almoçar, trazia 3 ramos desta planta que, me explicou, eram ...

Eu fiquei surpreendido, porque é uma coisa que gosto muito e utilizo amiúde. Mas efectivamente nem sabia de onde vinha. Vamos ver quem sabe:
Em que produto de uso caseiro são transformadas estas sementes?
Hoje, quando chegou da escola para almoçar, trazia 3 ramos desta planta que, me explicou, eram ...

Eu fiquei surpreendido, porque é uma coisa que gosto muito e utilizo amiúde. Mas efectivamente nem sabia de onde vinha. Vamos ver quem sabe:
Em que produto de uso caseiro são transformadas estas sementes?
Hoje fui fazer análises, ontem tinha ido ao médico...
... antes de ontem ao dentista, tal como há 2 semanas atrás. Sem custos. O médico ontem ouviu-nos durante hora e meia e explorou por diversas vias o problema que lhe tinhamos ido apresentar. Porquê???
A Resposta é o SUS - Serviço Universal de Saude
"O que é o SUS
Antes da criação do SUS, que completa 20 anos em 2008, a saúde não era considerada um direito social. O modelo de saúde adotado até então dividia os brasileiros em três categorias: os que podiam pagar por serviços de saúde privados; os que tinham direito à saúde pública por serem segurados pela previdência social (trabalhadores com carteira assinada); e os que não possuíam direito algum. Assim, o SUS foi criado para oferecer atendimento igualitário e cuidar e promover a saúde de toda a população. O Sistema constitui um projeto social único que se materializa por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros.

Funcionamento do SUS
O SUS é organizado para se antecipar aos problemas de saúde ou tentar soluciona-los o quanto antes e o mais perto possível da população. Desta forma, o antigo modelo no qual o paciente com problemas de saúde deveria se dirigir ao hospital está, aos poucos, sendo substituído por um modelo no qual os agentes de saúde entram em contato com a população e encaminham as pessoas para consultas na Unidade Básica de Saúde mais próxima.
Programa Saúde da Família
O Programa Saúde da Família é a base na qual o SUS opera, nele as regiões da cidade são divididas em áreas que abarquem cerca de 4500 pessoas, todos os moradores são cadastrados e seus históricos de saúde leventados. Para cada área é designada uma equipe responsável, ela será formada por:
1 médico(a) generalista (clínico-geral),
1 enfemeiro(a),
1 auxiliar de enfermagem,
entre 4 e 6 agentes comunitários de saúde,
outros profissionais - como dentistas, assistentes sociais e psicólogos - poderão ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades e possibilidades locais.
Nesta estrutura uma figura chave para organizar e intermediar o acesso da população aos serviços de saúde é o Agente Comunitário de Saúde. No primeiro momento ele é o responsável pelo cadastramento da população, levantando informações sobre quem são e onde estão os possíveis pacientes da região onde atua, sempre ficando atento para casos que demandam maior atenção como gestantes, idosos, doentes crônicos, etc. Depois de feito o cadastramento o agente continua vizitando aquelas famílias periodicamente, e quando identifica alguma doença avisa aos demais profissionais da equipe e agenda consultas, que são realizadas na Unidade Básica de Saúde. Em casos especiais como idosos em situação de abandono ou pacientes com dificuldade de locomoção o restante da equipe (auxiliar de enfermagem, enfermeiro e médico) pode se deslocar até à casa do paciente.
Nas Unidades Básicas de Saúde é feito o atendimento da maior parte dos problemas identificados pelos agentes, e a equipe busca solucionar os casos mais simples ali mesmo ou encaminha-los para os ambulatórios de especialidades. Casos de doenças graves que necessitam de equipamentos e especialistas são encaminhados para os Hospitais.
A organização do SUS a partir do Programa Saúde da Família tem uma série de vantagens:
Possibilita que as famílias recebam orientações com base em sua própria realidade, já que os agentes de saúde conhecem os problemas do bairro, as famílias, suas moradias e podem identificar os principais problemas;
Possibilita o diagnóstico precoce e com maiores chances de cura e casos graves porque o acompanhamento é periódico;
Possibilita a identificação de situações de risco, com a atenção para situações que colocam em risco a saúde coletiva;
Desafoga os hospitais e os grandes centros de saúde que costumavam ter enormes filas de pessoas que apresentavam problemas que poderiam ser resolvidos nas próprias Unidades Básicas de Saúde;
Municipalização
A implantação do SUS significa também a municipalização dos serviços de saúde, já que neste processo as prefeituras passam gradualmente a se responsabilizar por todos os serviços públicos de saúde, inclusive o atendimento hospitalar. De acordo com o projeto do SUS as prefeituras terão “gestão plena” do sistema, e para isso os recursos são recolhidos (dos municipios, estado e união) e repassados pelo governo federal para os municipios, de acordo com o número de habitantes e de equipes de saúde de cada um."
E se pensam que este blá blá blá é um vazio corporativo desenganem-se.
Há uns meses atrás estava eu sentado na varanda com D. Deda e aparece um dos tais "Agentes Comunitários de Saúde". Senta-se, aceita um cafezinho, e faz uma investigação informal sobre D. Deda, se se sentia bem, como estava a pressão, etc etc etc, deu uma volta pela casa a procurar possiveis locais onde o Dengue se pudesse desenvolver, perguntou da vizinha que já não a vê há algumas semanas e ia tomado notas das questões mais prementes.
Do meu ponto de vista, isto é claramente uma ação profilática, preventiva. Onde é possivel descobrir sintomas e problemas antes de eles se manifestarem com impacto negativo na qualidade de vida/saúde das populações.
Naturalmente, e como depende dos municípios, a aplicação dos dinheiros públicos pode ser mais ou menos efectiva, mais ou menos transparente.
Mas relativamente aos cuidados de saúde que tenho recebido, simplesmente por ser residente do município, não tenho qualquer reclamação. Antes pelo contrário. Depois de ter visto a forma como outros municipios são servidos eu digo: "Graças a Deus que moro em Jateí!"
A Resposta é o SUS - Serviço Universal de Saude
"O que é o SUS
Antes da criação do SUS, que completa 20 anos em 2008, a saúde não era considerada um direito social. O modelo de saúde adotado até então dividia os brasileiros em três categorias: os que podiam pagar por serviços de saúde privados; os que tinham direito à saúde pública por serem segurados pela previdência social (trabalhadores com carteira assinada); e os que não possuíam direito algum. Assim, o SUS foi criado para oferecer atendimento igualitário e cuidar e promover a saúde de toda a população. O Sistema constitui um projeto social único que se materializa por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros.

Funcionamento do SUS
O SUS é organizado para se antecipar aos problemas de saúde ou tentar soluciona-los o quanto antes e o mais perto possível da população. Desta forma, o antigo modelo no qual o paciente com problemas de saúde deveria se dirigir ao hospital está, aos poucos, sendo substituído por um modelo no qual os agentes de saúde entram em contato com a população e encaminham as pessoas para consultas na Unidade Básica de Saúde mais próxima.
Programa Saúde da Família
O Programa Saúde da Família é a base na qual o SUS opera, nele as regiões da cidade são divididas em áreas que abarquem cerca de 4500 pessoas, todos os moradores são cadastrados e seus históricos de saúde leventados. Para cada área é designada uma equipe responsável, ela será formada por:
1 médico(a) generalista (clínico-geral),
1 enfemeiro(a),
1 auxiliar de enfermagem,
entre 4 e 6 agentes comunitários de saúde,
outros profissionais - como dentistas, assistentes sociais e psicólogos - poderão ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades e possibilidades locais.
Nesta estrutura uma figura chave para organizar e intermediar o acesso da população aos serviços de saúde é o Agente Comunitário de Saúde. No primeiro momento ele é o responsável pelo cadastramento da população, levantando informações sobre quem são e onde estão os possíveis pacientes da região onde atua, sempre ficando atento para casos que demandam maior atenção como gestantes, idosos, doentes crônicos, etc. Depois de feito o cadastramento o agente continua vizitando aquelas famílias periodicamente, e quando identifica alguma doença avisa aos demais profissionais da equipe e agenda consultas, que são realizadas na Unidade Básica de Saúde. Em casos especiais como idosos em situação de abandono ou pacientes com dificuldade de locomoção o restante da equipe (auxiliar de enfermagem, enfermeiro e médico) pode se deslocar até à casa do paciente.
Nas Unidades Básicas de Saúde é feito o atendimento da maior parte dos problemas identificados pelos agentes, e a equipe busca solucionar os casos mais simples ali mesmo ou encaminha-los para os ambulatórios de especialidades. Casos de doenças graves que necessitam de equipamentos e especialistas são encaminhados para os Hospitais.
A organização do SUS a partir do Programa Saúde da Família tem uma série de vantagens:
Possibilita que as famílias recebam orientações com base em sua própria realidade, já que os agentes de saúde conhecem os problemas do bairro, as famílias, suas moradias e podem identificar os principais problemas;
Possibilita o diagnóstico precoce e com maiores chances de cura e casos graves porque o acompanhamento é periódico;
Possibilita a identificação de situações de risco, com a atenção para situações que colocam em risco a saúde coletiva;
Desafoga os hospitais e os grandes centros de saúde que costumavam ter enormes filas de pessoas que apresentavam problemas que poderiam ser resolvidos nas próprias Unidades Básicas de Saúde;
Municipalização
A implantação do SUS significa também a municipalização dos serviços de saúde, já que neste processo as prefeituras passam gradualmente a se responsabilizar por todos os serviços públicos de saúde, inclusive o atendimento hospitalar. De acordo com o projeto do SUS as prefeituras terão “gestão plena” do sistema, e para isso os recursos são recolhidos (dos municipios, estado e união) e repassados pelo governo federal para os municipios, de acordo com o número de habitantes e de equipes de saúde de cada um."
E se pensam que este blá blá blá é um vazio corporativo desenganem-se.
Há uns meses atrás estava eu sentado na varanda com D. Deda e aparece um dos tais "Agentes Comunitários de Saúde". Senta-se, aceita um cafezinho, e faz uma investigação informal sobre D. Deda, se se sentia bem, como estava a pressão, etc etc etc, deu uma volta pela casa a procurar possiveis locais onde o Dengue se pudesse desenvolver, perguntou da vizinha que já não a vê há algumas semanas e ia tomado notas das questões mais prementes.
Do meu ponto de vista, isto é claramente uma ação profilática, preventiva. Onde é possivel descobrir sintomas e problemas antes de eles se manifestarem com impacto negativo na qualidade de vida/saúde das populações.
Naturalmente, e como depende dos municípios, a aplicação dos dinheiros públicos pode ser mais ou menos efectiva, mais ou menos transparente.
Mas relativamente aos cuidados de saúde que tenho recebido, simplesmente por ser residente do município, não tenho qualquer reclamação. Antes pelo contrário. Depois de ter visto a forma como outros municipios são servidos eu digo: "Graças a Deus que moro em Jateí!"
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Gordon Brown
Há uns dias atrás fiquei estarrecido sobre o facto de o PM inglês Gordon Brown, ter sido sido apanhado com a boca na botija ao ter sido acusado comprovadamente de ter usado dinheiro público para pagar uma pequena limpeza de 10.000 libras (simplificado 10.000 euros, 30.000 reais) ao seu apartamento em Londres.
Durante os anos que vivi em Inglaterra, a grande maioria sob o governo de Toni Blair (de quem Gordon Brown era Chanceler, Ministro das Finanças) a imagem que sempre passou foi de um político incorruptivel para quem o bem da nação estava acima dos sacrificios pessoais que podessem ser pedidos individualmente oa a cada classe social.
Bem recentemente houve no Brasil um (outro) escândalo sobre os subsídios dados a Senadores e Deputados da Républica para despesas justificaveis com o exercício político e que muitos subsídios, para alem de serem solicitados injustificadamente, eram gastos com despesas que em nada tinha haver com o papel "democrático" desempenhado pelos subsidiados.
Se não tomarmos em consideração o que o Berlusconni anda a fazer, se não precisarmos de esclarecer nem os sobreiros nem o Freeport, isto sem falar de quase tudo o que se passa a Sul do Mediterrâneo, verificamos que os nossos dirigentes deixam um bocado a desejar, um bom bocado.
E voltando um bocadinho ao tema da estupidez humana (peço-vos que não se ofendam) verificamos que existe efectivamente uma linha condutora ao longo do tempo e que se não estivermos conscientes das nossas atitudes estúpidas, estamos condenados a repeti-las logo que oportuno.
E veio-me à ideia um outro pequeno texto, que li recentemente e que reproduz um texto de 1652 de autor alegadamente anónimo mas cujos estudiosos atribuem ao Padre António Vieira. Atenção: 1652.
Diz assim:
"Das três maneiras que um rei pode ser ladrão. Primeira, furtando a si mesmo. Segunda, a seus vassalos. Terceira, aos estranhos. A si mesmo furta, quando gasta da coroa e dos rendimentos do reino em coisas inuteis; aos vassalos, quando lhes pede tributos demasiados e que não são necessários; e aos estranhos, quando lhes faz guerra sem causa. E está tão fora de aproveitar com estas execuções, que executa nelas a sua perda, e do seu reino total ruína"
E mais à frente afirma:
"Que são as demoras de um ministro que não despacha? São despertadores contínuos, de que lhes deis alguma coisa e logo vos despachará. E porque o tal é pessoa grave, e que se peja de aceitar às escâncaras donativos, remete-vos ao seu oficial, quando muito aperteis com ele; e o oficial trás-vos arrastado por um mês e dois meses, e Às vezes seis, com a escusa ordinária de que não acha os papéis, porque são muitos os de seu amo, e que os tem corrido mil vezes com diligência extraordinária, que os encomendeis a Santo António: e a verdade é que os tem na algibeira, de reserva, esperando que acabeis já de lhe dar alguma coisa"
Quão atuais são estes temas e que pena tenho dos 34% que se dignaram em votar no fim de semana passado, nas eleições europeis. Porque, tomando o nivel de abstenções, verificamos que já niguem se preocupa com nada, já nem se dão ao trabalho de utilizar O UNICO instrumento passivel de censurar os governantes: o voto.
É fartar, vilanagem...
Durante os anos que vivi em Inglaterra, a grande maioria sob o governo de Toni Blair (de quem Gordon Brown era Chanceler, Ministro das Finanças) a imagem que sempre passou foi de um político incorruptivel para quem o bem da nação estava acima dos sacrificios pessoais que podessem ser pedidos individualmente oa a cada classe social.
Bem recentemente houve no Brasil um (outro) escândalo sobre os subsídios dados a Senadores e Deputados da Républica para despesas justificaveis com o exercício político e que muitos subsídios, para alem de serem solicitados injustificadamente, eram gastos com despesas que em nada tinha haver com o papel "democrático" desempenhado pelos subsidiados.
Se não tomarmos em consideração o que o Berlusconni anda a fazer, se não precisarmos de esclarecer nem os sobreiros nem o Freeport, isto sem falar de quase tudo o que se passa a Sul do Mediterrâneo, verificamos que os nossos dirigentes deixam um bocado a desejar, um bom bocado.
E voltando um bocadinho ao tema da estupidez humana (peço-vos que não se ofendam) verificamos que existe efectivamente uma linha condutora ao longo do tempo e que se não estivermos conscientes das nossas atitudes estúpidas, estamos condenados a repeti-las logo que oportuno.
E veio-me à ideia um outro pequeno texto, que li recentemente e que reproduz um texto de 1652 de autor alegadamente anónimo mas cujos estudiosos atribuem ao Padre António Vieira. Atenção: 1652.
Diz assim:
"Das três maneiras que um rei pode ser ladrão. Primeira, furtando a si mesmo. Segunda, a seus vassalos. Terceira, aos estranhos. A si mesmo furta, quando gasta da coroa e dos rendimentos do reino em coisas inuteis; aos vassalos, quando lhes pede tributos demasiados e que não são necessários; e aos estranhos, quando lhes faz guerra sem causa. E está tão fora de aproveitar com estas execuções, que executa nelas a sua perda, e do seu reino total ruína"
E mais à frente afirma:
"Que são as demoras de um ministro que não despacha? São despertadores contínuos, de que lhes deis alguma coisa e logo vos despachará. E porque o tal é pessoa grave, e que se peja de aceitar às escâncaras donativos, remete-vos ao seu oficial, quando muito aperteis com ele; e o oficial trás-vos arrastado por um mês e dois meses, e Às vezes seis, com a escusa ordinária de que não acha os papéis, porque são muitos os de seu amo, e que os tem corrido mil vezes com diligência extraordinária, que os encomendeis a Santo António: e a verdade é que os tem na algibeira, de reserva, esperando que acabeis já de lhe dar alguma coisa"
Quão atuais são estes temas e que pena tenho dos 34% que se dignaram em votar no fim de semana passado, nas eleições europeis. Porque, tomando o nivel de abstenções, verificamos que já niguem se preocupa com nada, já nem se dão ao trabalho de utilizar O UNICO instrumento passivel de censurar os governantes: o voto.
É fartar, vilanagem...
Será que António Aleixo sabia? - Parte 2
Recebi um comentário do C. que dizia assim:
"Não vai adiantar.. Sempre e quando você estiver numa pick-up (principalmente com a caçamba coberta) vai ser parado.. Sempre foi (e provavelmente sempre será) assim.."
e pensei:
Talvez seja uma ótima ideia ter uma viatura que é tão sistematicamente parada pela polícia, embora possa ser um bocadinho chato, com tantos pesqueiros lindos por aqui, uma cervejinha sabe sempre bem (ainda bem que o GPS tem bafômetro)...
Por outro lado.... acho que não vou comprar seguro contra roubo. Sou provavelmente dono de um dos modelos MENOS procurados pelos ladrões, vá-se lá entender porquê..... :)
"Não vai adiantar.. Sempre e quando você estiver numa pick-up (principalmente com a caçamba coberta) vai ser parado.. Sempre foi (e provavelmente sempre será) assim.."
e pensei:
Talvez seja uma ótima ideia ter uma viatura que é tão sistematicamente parada pela polícia, embora possa ser um bocadinho chato, com tantos pesqueiros lindos por aqui, uma cervejinha sabe sempre bem (ainda bem que o GPS tem bafômetro)...
Por outro lado.... acho que não vou comprar seguro contra roubo. Sou provavelmente dono de um dos modelos MENOS procurados pelos ladrões, vá-se lá entender porquê..... :)
Colibris
Estava a arrumar as fotos da visita ao Parque dos Pássaros e encontrei esta maravilhosa foto que lá tirei onde este colibri/beija-flor vai beber àgua açucarada a um bebedouro especialmente desenhado para eles (na fração de tempo utilizada para tirar esta foto - 1/60 de segundo - o colibri bateu as asas 3 vezes). Foi um dos momentos mágicos daquela visita....

E como há tantos por aqui, alem de ser um pássaro que dizem que dá sorte (que convem nunca desprezar...) resolvi montar um bebedouro cá em casa.
Tutorial:
Passo 1: Encher um copo com àgua

Passo 2: Açucarar bem essa àgua (3 colheres de sopa)

Passo 3: Diluir convenientemente o açucar

Passo 4: Encher o recipiente apropriado (uma flozinha de plástico com 3 buraquinhos compridos onde o colibri vai "beijar a flor"



Passo 6: Pendurar a florzinha de plástico num local aberto, ao ar livre, neste caso no estendal da roupa.

Passo 7: Aguardar calmamente que os colibris dêem com a flor e apreciar a singularidade do voo destas minúsculas criaturas.

E como há tantos por aqui, alem de ser um pássaro que dizem que dá sorte (que convem nunca desprezar...) resolvi montar um bebedouro cá em casa.
Tutorial:
Passo 1: Encher um copo com àgua

Passo 2: Açucarar bem essa àgua (3 colheres de sopa)

Passo 3: Diluir convenientemente o açucar

Passo 4: Encher o recipiente apropriado (uma flozinha de plástico com 3 buraquinhos compridos onde o colibri vai "beijar a flor"



Passo 6: Pendurar a florzinha de plástico num local aberto, ao ar livre, neste caso no estendal da roupa.

Passo 7: Aguardar calmamente que os colibris dêem com a flor e apreciar a singularidade do voo destas minúsculas criaturas.

Será que António Aleixo sabia?
"Sei que pareço um ladrão
Mas há outros que conheço
Que não parecendo que o são
São aquilo que eu pareço"
Quer dizer, não pode haver outra razão se não essa... Que diabo. Já puxei pela cabeça o que poderia ser mas não dou com o caso... Eu explico:
Desde que comprei a Montana e começamos a viajar sou parado em todas as operações de fiscalização rodoviária, vulgo, "Operações Stop" AKA "Blitz".
"Bom dia (Boa tarde ou boa noite conforme a hora que que estiver a viajar....) Posso ver os seu documentos e os da viatura?"
Tiro o Cartão do Cidadão, a Carta de Condução e o Título de Registo de Propriedade e entrego ao policial.
O primeiro impacto é de confusão, porque daqueles documentos ele só conheçe um, o Registo de Propriedade. Depois puxa o chapeu para o cocuruto da cabeça e diz "Ahhh, você é portugueis..." "Sim sou" respondo eu "estou a mudar-me pra cá...." "E esta carta de condução é.....", continua ele, "Europeia," interrompo eu "emitida em Londres" esclareço.
"Mora em S. Paulo?" pergunta ele ao olhar para a placa de registo do carro. "Não" respondo eu "já fiz o registo no DETRAN de Jateí mas a placa ainda não chegou..."
"E mexe em quê, você?"
"Eu não mexo em nada, tou aqui, sossegadinho" penso eu. Mas não digo. E respondo: "Sou consultor, trabalho em Sistemas de Informação"
"Ahhh, o sobrinho do filho do irmão da vizinha da minha mae também gosta de computadores..." diz ele, com vontade de continuar a conversa.
"Pois....", respondo eu.
"E vai para onde?"
"Vou para (local indiscriminado)"
"E o que tem na caçamba (leia-se bagageira)?"
"Tenho (itens indescriminados)..."
"Posso ver?" Pergunta ele.
"Claro!" Abro a bagageira e deixo-o espreitar.
"Muito bem" continua ele "Pode fechar."
Depois dá umas pancadinhas na chaparia, assim como quem está distraído, a ver se faz outro som que não seja o de vazio.
"E mora em S. Paulo?" pergunta ele.
Eu torço os olhos e digo "Não, Jateí"
"E vai para....." reconfirma ele
"Vou para...." reconfirmo eu.
"Muito bem, os seu documentos e tenha uma boa viagem..."
"Obrigado, boa tarde e bom trabalho" respondo eu.
Se isto acontecesse de vez em quando, vá. Agora não, não há maneira de eu passar pela polícia sem me mandarem parar. Só na viagem de Iguaçu para Jateí foram 5 vezes. Uma delas até meteu exército com metralhadoras pesadas em cima de jipes e tudo.
Acho que vou passar a fazer a barba todos os dias.....
Mas há outros que conheço
Que não parecendo que o são
São aquilo que eu pareço"
Quer dizer, não pode haver outra razão se não essa... Que diabo. Já puxei pela cabeça o que poderia ser mas não dou com o caso... Eu explico:
Desde que comprei a Montana e começamos a viajar sou parado em todas as operações de fiscalização rodoviária, vulgo, "Operações Stop" AKA "Blitz".
"Bom dia (Boa tarde ou boa noite conforme a hora que que estiver a viajar....) Posso ver os seu documentos e os da viatura?"
Tiro o Cartão do Cidadão, a Carta de Condução e o Título de Registo de Propriedade e entrego ao policial.
O primeiro impacto é de confusão, porque daqueles documentos ele só conheçe um, o Registo de Propriedade. Depois puxa o chapeu para o cocuruto da cabeça e diz "Ahhh, você é portugueis..." "Sim sou" respondo eu "estou a mudar-me pra cá...." "E esta carta de condução é.....", continua ele, "Europeia," interrompo eu "emitida em Londres" esclareço.
"Mora em S. Paulo?" pergunta ele ao olhar para a placa de registo do carro. "Não" respondo eu "já fiz o registo no DETRAN de Jateí mas a placa ainda não chegou..."
"E mexe em quê, você?"
"Eu não mexo em nada, tou aqui, sossegadinho" penso eu. Mas não digo. E respondo: "Sou consultor, trabalho em Sistemas de Informação"
"Ahhh, o sobrinho do filho do irmão da vizinha da minha mae também gosta de computadores..." diz ele, com vontade de continuar a conversa.
"Pois....", respondo eu.
"E vai para onde?"
"Vou para (local indiscriminado)"
"E o que tem na caçamba (leia-se bagageira)?"
"Tenho (itens indescriminados)..."
"Posso ver?" Pergunta ele.
"Claro!" Abro a bagageira e deixo-o espreitar.
"Muito bem" continua ele "Pode fechar."
Depois dá umas pancadinhas na chaparia, assim como quem está distraído, a ver se faz outro som que não seja o de vazio.
"E mora em S. Paulo?" pergunta ele.
Eu torço os olhos e digo "Não, Jateí"
"E vai para....." reconfirma ele
"Vou para...." reconfirmo eu.
"Muito bem, os seu documentos e tenha uma boa viagem..."
"Obrigado, boa tarde e bom trabalho" respondo eu.
Se isto acontecesse de vez em quando, vá. Agora não, não há maneira de eu passar pela polícia sem me mandarem parar. Só na viagem de Iguaçu para Jateí foram 5 vezes. Uma delas até meteu exército com metralhadoras pesadas em cima de jipes e tudo.
Acho que vou passar a fazer a barba todos os dias.....
sexta-feira, 5 de junho de 2009
A História da Estupidez (Para o Toninho)
Desde há um mês atrás que ando a ler um livro chamado "The Story of Stupidity". É daqueles livros que se vão lendo, não´são para pegar numa ponta e acabar na outra. Interessantíssimo, é um livro que trata da história da limitação do pensamento, desde a grande tradição filosófica grega até aos dias modernos (ainda vou só em Bismark, ainda me falta a actualidade....)
Um excerto do prefácio:
"Especialistas da história intelectual têm tendido a tratar o desenvolvimento da mentalidade ocidental como um triunfo, progressivo, das inteligência sobre a ignorância, quiçá a estupidez. Talvez por isso mesmo a estupidez é normalmente tratada como uma condição especial causada pelas características específicas de determinado momento ou situação. Todo e qualquer exemplo é apresentado com sendo um acidente histórico devido à insuficiencia dos envolvidos e imediatamente a atenção é dada a quem ou à forma em como essa particular estupidez foi ultrapassada. E desta forma, a estupidez é sempre vista como sendo um caso isolado e o facto que a história está cheia desses exemplos não está registada na nossa percepção colectiva. E é por isso que essa faceta do nosso passado necessita de ser examinado por direito próprio (...) uma vez que para entender como nos tornarmos o que somos necessitamos de adicionar essa nova perspectiva à nossa análise histórica."
É um livro que recomendo vivamente aos amantes de filosofia (que redundância....) a todos os que gostam de ler (em inglês). podem seguir o link "The Story of Stupidity"
Para todos os que não podem ou não têm a paciência para isso, deixo aqui um resumo:
Um excerto do prefácio:
"Especialistas da história intelectual têm tendido a tratar o desenvolvimento da mentalidade ocidental como um triunfo, progressivo, das inteligência sobre a ignorância, quiçá a estupidez. Talvez por isso mesmo a estupidez é normalmente tratada como uma condição especial causada pelas características específicas de determinado momento ou situação. Todo e qualquer exemplo é apresentado com sendo um acidente histórico devido à insuficiencia dos envolvidos e imediatamente a atenção é dada a quem ou à forma em como essa particular estupidez foi ultrapassada. E desta forma, a estupidez é sempre vista como sendo um caso isolado e o facto que a história está cheia desses exemplos não está registada na nossa percepção colectiva. E é por isso que essa faceta do nosso passado necessita de ser examinado por direito próprio (...) uma vez que para entender como nos tornarmos o que somos necessitamos de adicionar essa nova perspectiva à nossa análise histórica."
É um livro que recomendo vivamente aos amantes de filosofia (que redundância....) a todos os que gostam de ler (em inglês). podem seguir o link "The Story of Stupidity"
Para todos os que não podem ou não têm a paciência para isso, deixo aqui um resumo:

quarta-feira, 3 de junho de 2009
Brasil, Segredo de Estado (Para Idalva)
Aprender um país é acima de tudo conhecer a sua cultura, história, tradições e identificarmo-nos com elas. Não basta vive-las (não podemos viver tudo...), têm tambem que ser estudadas.

Estou a ler um livro muito interessante. Chama-se Brasil, Segredo de Estado. Sem ser uma História do Brasil, são estórias do Brasil. Um dos capítulos que eu achei muito interessantes foi o do Reino da Bahia (vale a pena seguir o link e ler esse capítulo).
E achei muito interessante porque faz agora quase um ano, a Idalva me convidou para a Trezena de Santo António, que se rezou em casa dela e que é uma das tradições quase perdidas em Portugal e que que os baianos preservam. Achei muito interessante porque a Bahia quase se tornou um Reino Muçulmano em pleno Brasil. Não fora um daqueles percalços que muito acontecem na história e que pouco se conheçem.
E que se tivesse acontecido, em vez de dizer "Oi, Idalva, tudo bem?" teria que dizer "Salaam Aleikum"...
É Oficial:
Está frio.
Ontem, durante a noite, estiveram 6ºC. Dormi com dois cobertores.
Amanhã tenho que ir comprar camisolas.....
Ontem, durante a noite, estiveram 6ºC. Dormi com dois cobertores.
Amanhã tenho que ir comprar camisolas.....
1ª Parte - Paraná
Brasil arde durante 1472 anos

Uma das coisas que muito me impressionou durante a visita a Iguaçu foi a densidade florestal. Espessa, densa, impenetravel. Pensei “Ufa, ainda bem que sou um bandeirante moderno. Se eu tivesse que desmatar o Brasil.....”.
E de repente fiquei a pensar no esforço que teria sido necessário para entrar Brasil dentro.
Na primeira oportunidade fui fazer umas pesquisas à Internet: O Brasil tem 8.456.510 Km2 de terra firme. Não está aqui considerada a àrea coberta por rios, lagos, represas e barragens. Desses Kms todos, 5.511.000 Km2 são àrea de floresta (onde se inclui a Amazónia, claro). Quer dizer que o Brasil tem cerca de 2.945.510 Km2 ocupados. Vamos admitir que apenas metade desses Km2 tinham floresta tropical (como em Iguaçu) e que tiveram que ser desmatados.
Se pensarmos que a Ilha da Madeira tem 720Km2 e que segundo a lenda ardeu durante 7 anos isso dá cerca de 100Km2 por ano. Daqui decorre que se o desmatamento total do Brasil tivesse sido feito da mesma forma, o Brasil teria que ter ardido durante 1492 anos.
Isto pode levantar uma nova teoria sobre a descoberta do Brasil: Afinal os Portugueses talvez tivessem ido atrás do fumo das fogueiras ateadas pelos vikings... :)
Os dados são do I.B.G.E.. Ele também informa que o desmatamento anual é de 25.544 km² ao ano
Estou por aqui....
... apenas temporáriamente que vou dessaparecer novamente. Mas enquanto aqui estou vou deixar 3 ou 4 posts que já fui preparando....
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