quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sou Noveleiro Assumido (1)

Ontem fomos a Nova Andradina. Fica só a 140 Km e por isso fomos passear. E iamos a conversar sobre a novela da noite da Globo , “O caminho das Índias”.

Para além de uma novela interessante, que se passa em lugares tão distintos como Rio de Janeiro, S. Paulo, Dubai e Nova Delhi, foca um aspecto interessante e que iamos a discutir ontem: os diversos graus da falta de lucidez. A grande discussão era sobre se determinados comportamentos eram sinal de disturbios psicológicos.

Esta novela apresenta 4 personagens cujas linhas de acção permitem à autora, Gloria Perez, aumentar a percepção pública para os problemas do foro psicológico.

1 – Tarso Cadore


Tarso Cadore representa o papel de um jovem que cada vez mais profundamente cai nas malhas da esquizofrenia, ouvindo vozes, apresentando comportamentos obsessivos e por vezes violentos. É totalmente alienado da família, rica e poderosa, e possui uma mãe completamente fútil que se recusa a reconhecer a necessidade de apoio psicológico que ele necessita.

2 – Dr Castanho
Psiquiatra renomado, sabe falar a linguagem de seus pacientes e, às vezes, até surpreende com suas tiradas, que mais parecem vir de um deles. Excêntrico, é cheio de manias, capaz de se recusar a entrar em seu escritório porque tiraram o tapete da porta.

3 - Ademir
É um dos pacientes do Dr. Castanho. Através dele, será possível perceber as dificuldades de uma pessoa pobre em conseguir seguir o tratamento adequado. É um jovem sensível e despachado, mas, quando esquece de tomar os remédios, causa grandes problemas para a mãe.

4 - Yvone
È uma mulher jovem bela e sedutora, mas um verdadeiro lobo em pele de cordeiro, uma psicopata. Parece generosa, mas passa por cima de todos para atingir seus objetivos, sem deixar rastros na devastação que causa.

Os problemas do foro psicológico são de grande destaque no momento, uma vez que o sistema de saude brasileiro, através da lei federal 10.216, aprovada em 2001, não proíbe a internação de pacientes em hospitais psiquiátricos, mas estimulou a redução de leitos. O poeta Ferreira Gullar levantou recentemente essa questão na Revista Época.

A abordagem a este problema tomou um caracter de urgência, uma vez que uma grande fatia da população possui uma postura de total negação de sindroma que na sua grande maioria não possui traços físicos visiveis, tornando dificil por um lado a sua identificação e caracterização precisas (e subsequente tratamento) e por outro lado a (re)integração social do paciente.

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